Antonio Fagundes foi durante muitos anos um dos principais nomes da dramaturgia da Globo. Responsável por diversos sucessos na emissora, o ator decidiu não renovar seu contrato após 44 anos de parceria.
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Apesar de muitos acharem que ele foi dispensado, o veterano afirmou em entrevista ao Notícias da TV que não aceitou as novas condições impostas pela empresa.
No novo formato, a Globo queria romper o acordo que assegurava ao ator o direito de gravar novelas e séries apenas três dias por semana, permitindo que ele conciliasse com seus trabalhos no teatro.
“A decisão de não renovar partiu de mim. Fui eu que não quis: quando me chamaram para fazer Pantanal, não aceitei as condições que me ofereceram. Para começo de conversa, eles não queriam mais respeitar o acordo pelo qual eu poderia gravar apenas três dias por semana [que permitia a Fagundes conciliar TV e teatro]. Um pacto de 44 anos com a TV Globo foi quebrado nessa proposta, então não aceitei. O novo modelo não me interessa”, destacou Fagundes.
Ao falar sobre a decisão do canal de dispensar alguns antigos profissionais, alegando corte de custos, o artista ressaltou: “A Globo é uma empresa e pode escolher os caminhos que ela quiser, do jeito que ela quiser. A emissora sempre teve autonomia para tomar decisões, e está se valendo mais uma vez dessa liberdade. Se o fato de a Globo estar abrindo mão do seu patrimônio vai trazer algum reflexo para ela, só o futuro dirá”.
Durante o bate-papo, Antonio também falou sobre os impactos da pandemia na área da cultura. “A pandemia não é a culpada pela atual situação. Muito antes, esse governo já havia sinalizado que a cultura não interessava e tinha que ser eliminada, inclusive encaminhando fake news e incitando o ódio contra a classe artística. Mas, em maior ou menor grau, este é um setor que sempre enfrentou problemas: sai governo, entra governo, a gente nunca sabe se existirão e como serão as medidas de estímulo”, enfatizou.
“É preciso que a cultura se torne uma política de Estado. Ou seja, não importa quem seja o inquilino do Palácio do Planalto, interessa que a cultura é importante para o país. Tem que ter verbas perenes –não só pequenos patrocínios e apoios esporádicos– provenientes da iniciativa privada ou de impostos e subsídios diretos vindos do Estado, como acontece em outros países. Caso as mudanças de governo para governo persistam, nós vamos estar condenados, sob a perspectiva cultural, a um cenário de miséria”, completou.
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