Por anos como estrela das reportagens da Globo em São Paulo, Veruska Donato expôs situações chocantes em uma ação na Justiça do Trabalho sobre os 21 anos em que esteve como funcionária do canal. A jornalista fala em assédio moral e pede uma indenização milionária.
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No processo, Veruska afirma que sofreu assédio para chegar ao padrão de beleza desejado pela emissora, atitude que a fez desenvolver Síndrome de Burnout.
A repórter ainda pede reconhecimento de vínculo empregatício e quer os direitos trabalhistas da época que esteve como PJ (Pessoa Jurídica), entre 2002 e 2019, segundo o Notícias da TV.
O processo corre na 37ª Vara do Trabalho de São Paulo. O documento soma 33 páginas, com pedidos e provas anexados pela defesa de Veruska Donato. Entre as argumentações, uma polêmica: a jornalista não se demitiu, como informado em 2021, mas foi demitida cinco dias após retornar de um afastamento.
Cansada pela cobertura da pandemia do coronavírus, a cobrança dos chefes e a pressão por produtividade, Veruska desenvolveu Burnout. Após exame no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), a jornalista foi afastado por 77 dias após comprovação de “incapacidade para o trabalho”.
Para os advogados de Veruska Donato, a demissão após cinco dias do retorno dela ao trabalho caracteriza prática ilegal. A lei trabalhista garante estabilidade de um ano em caso de afastamento por doença ocupacional. Na ação, Veruska pede R$ 13 milhões.
Globo faz exigência a Veruska Donato e outras jornalistas
No processo, consta uma mensagem para repórteres mulheres de Cristina Piasentini, diretora de Jornalismo da Globo SP entre 2008 e 2020. Ela cobrou roupas comportadas e não marcasse o quadril. Além disso, o e-mail recomendou alimentação balanceada para evitar ganho de peso.
Em outro argumento, Ana Escalada, chefe da Redação, reclamou da falta de empenho de Veruska Donato em “brigar” por mais espaço no SP2, telejornal local noturno. A ex-repórter do canal até teve uma pauta retirada por isso.
A executiva deu os repórteres Wallace Lara e César Galvão como exemplo e, nas entrelinhas, pediu mais vontade. A Justiça marcou a primeira audiência entre as partes, no dia 27 de março.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].