João Paulo Vergueiro foi firme e rebateu um analista da Band ao vivo no Primeiro Jornal, nesta sexta-feira (4). O apresentador saiu em defesa da imprensa, que foi criticada pelo convidado sobre uma suposta “espetacularização” da Guerra na Ucrânia, país alvo da Rússia há nove dias.
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O guia turístico em Moscou, na Rússia, Vitaly Lezov foi chamado para falar do ataque ao prédio da Central de Zaporizhzhia: “Não estou autorizado para opinar sobre essas situações tão graves, mas a minha opinião pessoal é que ainda não posso confirmar a autoria deste ataque”.
“Os jornalistas estão felizes com esses ataques, vendendo pânico. Eu concordo que temos que evitar o simplismo. A Rússia, é claro, está concentrada na destruição da estrutura militar na Ucrânia. Isso é o programa oficial. A Rússia, segundo a sua propaganda, está encurralada e recorreu a uma opção extrema dessa guerra. Mas a Ucrânia também está encurralada e seu exército vai utilizar a sua estrutura civil para gerar pânico”, comentou o convidado.
O analista ainda ressaltou que o ataque desta sexta pode ter sido promovido por ucranianos “para gerar um show”. “É como uma série, uma telenovela. Tudo está muito combinado. Eu chamo vocês para evitar o simplismo e aguardar um tempo, uma resposta oficial. Aguardar a resposta de uma decisão internacional, caso esse ataque seja do efeito global, e não local”, completou ele.
João Paulo Vergueiro ficou surpreso com o comentarista e disparou: “Mesmo sendo um ataque de efeito local, eu não entendo quando você fala que o jornalismo está fazendo show em cima de uma situação que não leva pânico. Como que não leva pânico você bombardear uma usina nuclear? Mesmo que os reatores não sejam atingidos, como você não leva pânico quando jogam uma bomba numa região?”.
“Eu não sei quem lançou essa bomba. Eu não sei porque você está afirmando que os russos lançaram essa bomba, pode ter sido os ucranianos. Quanto ao pânico, estou falando de toda a semana, desta guerra ou de qualquer guerra. Começa uma guerra de propaganda. O pânico desliga o funcionamento do cérebro. É muito importante evitar esse pânico e ser mais razoável”, rebateu o analista.
O apresentador da Band, então, encerrou a conversa com ele: “Evitar o pânico porque a gente está aqui muito seguro. Se eu estivesse na Ucrânia estaria em pânico sim”.
Repórter do SBT revela como fica seguro durante guerra na Ucrânia
Sérgio Utsch, repórter do SBT, está na Ucrânia para cobrir a guerra entre o país e a Rússia. No Twitter, o profissional revelou qual é a sua estratégia para se proteger dos ataques com base nas orientações das autoridades ucranianas.
Utsch disse que as autoridades ucranianas pediram para que deixem as luzes dos cômodos posicionados de frente para as ruas apagadas para não chamar a atenção de possíveis invasores.
“Um dos procedimentos de segurança adotados em Kiev é apagar as luzes dos cômodos posicionados para a rua. É uma precaução para não chamar a atenção e não virar alvo”, contou o jornalista.
Ainda, Sérgio disse que havia começado a nevar em Kiev, na capital do país, o que seria vantajoso para a Rússia, pois as forças de Moscou são mais equipadas para lidar com esse tipo de situação:
“Nevou durante a noite em Kiev. Ainda é pouco, mas se continuar nevando e acumular, a estratégia militar muda um pouco de perspectiva. Mais equipados, russos podem levar vantagem”.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]