Ator de Presença de Anita, Taiguara Nazareth revela depressão profunda: “Muito difícil”

Taiguara Nazareth

Taiguara Nazareth desabafou sobre assunto delicado (Imagem: Divulgação – Globo / Reprodução – Instagram / Montagem – RD1)

Nem tudo foi tranquilo na vida de Taiguara Nazareth. O ator, que interpretou André na série Presença de Anita, que retorna à TV no canal Viva, enfrentou uma fase delicada recentemente.

Em entrevista à colunista Patrícia Kogut, do jornal O Globo, o artista contou que descobriu a depressão no ano passado, o que acabou o afastando das redes sociais durante sete meses:

“Foram sete meses de depressão profunda. Voltei faz umas três semanas. Saí porque percebi que precisava mergulhar em mim. As redes nos consomem muito, você se vê preso, numa obrigatoriedade de postar. Fiquei esses meses me refazendo, fazendo cursos, aulas de dança e canto, me envolvi com mercado imobiliário. Em geral, as pessoas ficam prostradas, mas comigo aconteceu o oposto”.

“Mesmo diante de muita dor, agonia e ansiedade, ia fazer coisas. Foi muito difícil, mas saí dessa. Mesmo sem amparo, com família e amigos não entendendo. E ainda bem foi um processo relativamente rápido”, contou.

“Os médicos falando em levar mais de um ano, mas em três ou quatro meses eu já estava muito melhor, com a cabeça fora da lama, pelo menos. Com o tempo melhorei ainda mais”, confessou.

Taiguara revelou que passou a se dedicar ao teatro e chegou a integrar o elenco dos filmes sobre a história de Suzane Von Richthofen:

“Fiz muitas peças e musicais até o começo da pandemia. Estava escalado para O Selvagem da Ópera (minissérie da Globo), que acabou cancelada. Fiz muitas participações em sitcom também. Como estava tudo parado, fiz coisas em outras áreas. Sou terapeuta holístico e trabalhei com isso”.

Agora, as coisas estão começando a voltar. Cheguei a ser chamado para uns realities recentemente, mas estava adoecido e não fui. Também não eram muito o meu perfil”, explicou.

Taiguara Nazareth abre o jogo sobre personagem em Presença de Anita

Ao falar sobre a participação na série global, o ator, que interpretava um homem simples que se apaixonava pela patroa, vivida por Vera Holtz, recordou:

“Tinha acabado de voltar para o Brasil depois de um tempo trabalhando fora como modelo. Minha agência tinha um ramo novo, chamado celebrities, voltado para modelos que queriam atuar. Eu disse que me interessava. Ouvi que eu não tinha perfil para isso, que era para pessoas como o Thiago Lacerda”.

“Não me conformei e mudei de agência. Enquanto isso, uma pessoa da equipe da série já tinha me visto em um trabalho e estava me procurando pelas agências. Acabou me achando e me chamou para um teste. Pouco depois recebi a aprovação“, lembrou.

“Quando cheguei ao Rio, o elenco estava todo reunido. Vera Holtz já brincou: ‘É com você que eu vou transar’. Pensei: ‘Meu Deus, onde estou?’. Mas foi tudo muito legal”, afirmou.

Ele deixou claro ainda que não se importou em ser estigmatizado como símbolo sexual por causa das cenas de sexo na trama:

“O papel em si não acho que estigmatizava, mas o estigma já existe na nossa sociedade. O brasileiro vê muito o homem negro num lugar de hiperssexualização. Mesmo sendo arte o que a gente fazia, quando as pessoas lembram, ficam muito ligadas na questão do sexo”.

“As cenas existiam no YouTube, por exemplo, e foram retiradas. Mas ainda existem em plataformas de conteúdo sexual com milhões de visualizações. Tem gente que diz que estava assistindo e manda links desses lugares para mim. Isso não é nada legal”, explicou.

Da Redação
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