BBB 2021: Psicanalista explica por que o público gosta de Juliette e os brothers não

Juliette é uma das favoritas do BBB 2021 (Imagem: Reprodução / Globoplay)

Apesar de ser a favorita do público do BBB 2021, Juliette é a mais querida da casa e chegou a ser rejeitada por todos os participantes no início da temporada. Mas por que as opiniões sobre ela se divergem tanto?

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No Instagram, a psicanalista Manuela Xavier explicou: “Juliette incomoda porque ela é boa. Gratuitamente. Genuinamente. Existe uma coisa chamada consciência crítica, que Freud chamou de ‘supereu’”.

“O ‘supereu’ é implacável e se expressa através da culpa inconsciente. E é isso que eles sentem: culpa. Juliette gosta de todo mundo porque vê o lado bom das pessoas”, revelou.

“Em nome disso, eu acho que ela erra porque tem coisas que são imperdoáveis. Mas ela enxerga a não-binaridade do outro: ninguém é só bom ou só mau. Mas ninguém está preparado para isso porque as pessoas funcionam por espelhamento e projeção”, prosseguiu.

“A gente olha o outro como a gente é. E se a gente tem maldade dentro da gente, vamos enxergar a maldade no outro. Quem é ruim com a outra pessoa sempre espera vingança, mesmo que inconscientemente. E é isso que aquela casa toda espera de Juliette”, declarou.

“Todos esperam que Juliette aja como eles, sendo falsa, má, cruel. Mas ela não faz isso. Permanece firme à sua própria ética. Eles precisam odiar Juliette porque sabem que o que fazem é odiável”, observou.

“Precisam execrá-la na expectativa de que ela mostre o seu pior, para que aí sim se sintam autorizados a odiá-la. Entretanto, o pior que Juliette tem para mostrar é ser meio chata às vezes”, apontou.

“A nossa consciência crítica sempre vai esperar uma represália que deve ser na mesma proporção da nossa transgressão. É o tanto de violência que precisa ficar virtual para mediar e articular as ações que a gente vai tomar na vida. Isso é o que acontece no BBB”, garantiu.

“As pessoas revestem Juliette de uma maldade que só existe na cabeça delas. Mas uma coisa que é o ponto chave de tudo isso: Juliette é boa, mas não é otária. Ela não se permite ser controlada ou obediente e age em nome da própria ética e da própria verdade”, ponderou.

“Ela não disputa com ninguém. E isso é um recado importante, que atualiza o ‘endurecer sem perder a ternura’. Juliette ensina que dá para ser boa e justa sem se corromper, sem obedecer ninguém a não ser a própria consciência”, completou.

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Lucas MedeirosLucas Medeiros
Redator Publicitário e Gestor de Marcas. Formado em Comunicação Social pela UFRN, escreve desde 2011 sobre o universo televisivo, séries, filmes e novas mídias de forma conectada com as tendências da atualidade.