Bocudo, Dudu Camargo prova que aposta de Silvio Santos foi um erro; há muito a aprender

Dudu Camargo

Dudu Camargo fala mais do que a boca (Imagem: Reprodução / SBT)

Em entrevista ao Pânico, da rádio Jovem Pan, nesta segunda-feira (05), Dudu Camargo foi Dudu Camargo em doses cavalares.

Falastrão, o moço contrariou a versão do SBT, de que está de férias, e sugeriu que o descanso do vídeo é algo forçado, a contra-gosto. Foi mais longe, menosprezou a audiência do Primeiro Impacto, momentaneamente apresentado por Darlisson Dutra. Com ares de oráculo que tudo sabe, anunciou que o programa bateu recorde negativo na sexta-feira (2). Pouco se importou com os profissionais que fazem o jornalístico, os mesmos que convivem com ele diariamente.

Lá pelas tantas, Camargo ainda se ofereceu para a concorrência, como alguém capaz de fazer bonito em qualquer posição e à frente de qualquer produto. Acentuou o aceno para os lados da Barra Funda, numa clara demonstração de que almeja ir para a Record – garante ser telespectador fiel de Gênesis.

Dudu talvez não saiba, mas ele deve tudo que conquistou na TV a Silvio Santos. Sim, foi num devaneio do empresário que aquele jovem sem talento, franzino e com voz forçada surgiu no vídeo em posição de destaque. Afinal quem mais, em sã consciência, trocaria Joyce Ribeiro e Karyn Bravo por um Dudu Camargo, uma mistura mal fabulada de Luiz Bacci, Asa Branca e Silvio, senão o próprio SS?

Ao diminuir o trabalho do substituto e da própria equipe, Camargo não sugere que tem um rei na barriga. Ele mostra que acha que é o rei. Ao se oferecer para a concorrência, e fazer repetidos elogios à Record, como tem feito nos últimos tempos, soa como um ingrato.

A direção do SBT, e principalmente a família Abravanel, deveria enquadrar esse rapaz e ensiná-lo que toda hierarquia precisa ser respeitada. Dudu não tem procuração para falar em nome do SBT, mas comporta-se como tal. É afoito, verborrágico, deselegante e tem a mais patética postura de falar de si na terceira pessoa, típico dos egocêntricos.

Num surto psicótico, este colunista vai misturar Fausto Silva e Dudu Camargo no mesmo parágrafo. Com 32 anos de casa, e prestes a deixar a Globo, Faustão se recusa a abrir qualquer negociação ou falar do futuro com a concorrência em respeito à empresa que paga seu salário. Demonstra o mais sublime dos sentimentos de um ser humano: a gratidão. É um profissional que marcou a história da TV brasileira, de um enorme coração. Já Dudu tem muito a aprender, mas pelo visto não quer.

Ao jovem rapaz, a coluna sugere uma segurada na onda. Sim, não faz mal a ninguém. Baixa a bola, rapá. Ajeita o topete. Ao SBT, outra sugestão: Darlisson é melhor do que o Dudu, mas de longe. É tipo comparar o José Loreto ao Tony Ramos. A troca, por ora provisória, deveria ser definitiva. Ganha o jornalismo. Ganha o SBT. E ganha o Dudu, que enfim poderia comandar algo apropriado ao seu perfil, como o Bom Dia & Cia, por exemplo.

João Paulo Dell Santo
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João Paulo Dell Santo

João Paulo Dell Santo consome TV e a leva a sério desde que se entende por gente. Em 2009 transformou esse prazer em ofício e o exerceu em alguns sites. No RD1, já foi colunista, editor-chefe, diretor de redação e desde 2015 voltou a chefiar a equipe. Pode ser encontrado nas redes sociais através do @jpdellsanto ou pelo email [email protected].