Bolsonarista, Mario Frias cai em fake news sobre “cidade perdida da Amazônia”

Mario Frias
Mario Frias se manifesta sobre suposta cidade perdida na Amazônia (Imagem: Reprodução / TV Brasil)

Ex-secretário de Cultura do Governo Bolsonaro, Mario Frias (PL) caiu em uma pegadinha criada sobre a cidade perdida da Amazônia, Ratanabá, que teria existido há milhões de milênios. O pré-candidato a deputado federal por São Paulo levou a fake news a sério.

O ex-auxiliar do atual governo recebeu em seu gabinete Urandir Fernandes de Oliveira, presidente do Instituto Dakila, defensor da ideia da existência da cidade perdida.

“Ele me apresentou um documento que resume os estudos iniciados pela associação desde 1992, ano em que Ratanabá teria sido descoberta”, disse no Twitter.

“Vi diversas fotos de artefatos bem elaborados de metal e de cerâmica encontrados em galerias subterrâneas no Real Forte Príncipe da Beira no município de Costa Marques, em Rondônia”, acreditou.

Frias relatou segundo informações dadas por Urandir: “Estas galerias fazem parte do Caminho do Peabiru que são trajetos que cortam o continente sul-americano e se interconectam criando uma estrada com ramificações subterrâneas e de superfície que partem de Ratanabá”.

“Ao longo destes anos, os pesquisadores contaram com o apoio do Exército, do Iphan, das Forças Aéreas, da Defesa Civil, do Ministério da Defesa, entre outros órgãos. Não houve aportes financeiros do governo federal, a Dakila utiliza recursos próprios para todas as suas pesquisas”, salientou.

Em seu post final, Mario Frias defendeu: “É importante termos a mente aberta e respeitar o trabalho de quem realmente vai a campo. O fato é que podemos estar diante da maior descoberta dos últimos tempos!”.

Mario Frias cai em fake news sobre cidade perdida na Amazônia

Há alguns dias, por meio do TikTok, Twitter e Instagram, a teoria da cidade de Ratanabá ganhou força. A cidade seria “maior que a Grande São Paulo”, era “a capital do mundo” e “esconde muita riqueza”.

E mais: a descoberta ajudaria a explicar “o verdadeiro interesse de dezenas de homens poderosos na Amazônia” e até o desaparecimento do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Pereira.

Ao G1, o arqueólogo Eduardo Góes Neves foi objetivo: “Tudo isso é um delírio. Há mais de 20 anos, os arqueólogos que atuam na região defendem que existiam cidades na Amazônia, mas isso era visto como coisa de maluco”.

O professor afirmou que, com o passar dos anos, a perspectiva sobre o assunto foi mudando até que a comunidade academia começou a aceitar que “existem evidências de sítios de grande dimensão, estradas e aterros construídos há muito tempo”.

Contudo, Neves detonou: “Agora, todo o nosso esforço pode quase voltar à estaca zero com a história de Ratanabá e a propagação de informações das maneiras mais estapafúrdias possíveis”.

Confira:

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Paulo CarvalhoPaulo Carvalho
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].