O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou uma entrevista realizada neste domingo (09) para mais um ataque a William Bonner. O candidato à reeleição deu uma indireta sobre seu desejo de aumentar as cadeiras do STF (Supremo Tribunal Federal) e mencionou o âncora da Globo.
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Para o político, o jornalista teve uma postura de jurista na sabatina do JN com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele se referiu ao início da entrevista, quando Bonner afirmou que, após a anulação das condenações, o líder do PT não devia nada à Justiça.
“É vergonhoso, né. Primeiro, o sorteio. Pode ser que tenha sido isento. Fui o primeiro a falar. Se fosse depois do Lula, complicava o negócio… Agora, o William Bonner se postou como um jurista. ‘O senhor não deve mais nada à Justiça’… O cara foi condenado em três instâncias por unanimidade”, disparou.
Bolsonaro ficou particularmente irritado com o modo como o contratado da Globo conduziu a entrevista e sugeriu uma indicação para o Supremo Tribunal Federal. Irônico, o presidente disse que não precisaria ser advogado para ocupar uma cadeira, apenas ter conhecimento jurídico.
“O Bonner, no meu entender, tem muita chance de ir para o Supremo Tribunal Federal. Porque você não precisa sequer ser advogado. Tem que ter conhecimento jurídico. E o Bonner demonstrou conhecimento jurídico, né”, provocou.
O ataque contra a imprensa, em particular a William Bonner, aconteceu durante a entrevista a Thiago Asmar e Paulo Figueiredo, estrelas da nova fase da Jovem Pan, explicitamente ligada ao bolsonarismo. A conversa foi para o YouTube, em transmissão ao vivo no canal Pilhado.
Após William Bonner, Bolsonaro xinga Lula
O presidenciável aproveitou a ocasião e soltou o verbo contra Lula, definido por ele como um político mentiroso, corrupto, estelionatário e sem caráter. Ainda sobre a Corte, o chefe do Executivo sugeriu o aumento no número de cadeiras caso a temperatura esteja quente.
Sem entrelinhas, Bolsonaro exigiu um clima mais amistoso por parte do Supremo e, sobre o aumento das cadeiras, mencionou o Senado e a negociação para que a mudança vista apenas em governos autoritárias possa acontecer.
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Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].