Totalmente avesso à Rede Globo, o presidente da República, Jair Bolsonaro, já começou a manifestar seu apreço por outras redes de televisão que, até então, ficavam de escanteio no jogo político.
Bolsonaro recebeu na manhã desta sexta-feira (18), em Brasília, o CEO da Record, Marcos Vinícius, o presidente do canal, Luiz Claudio Costa, e o novo vice-presidente de jornalismo da emissora, Antonio Guerreiro.
O encontro, ocorrido a portas fechadas, não teve conteúdo revelado. Entretanto, não pode ser considerado espanto, já que desde a campanha política, a Record tem demonstrado comportamento diferente na cobertura de temas sobre Bolsonaro. Edir Macedo, dono da Record, inclusive, manifestou-se a favor do político.
O encontro acontece cerca de uma semana depois de vir a público um projeto de lei que deverá mexer na Bonificação por Volume (BV), calcanhar de aquiles da Globo. Esta, inclusive, deverá ser um dos artifícios usados pelo governo para tentar diminuir o poderio global no país.
A vingança de Bolsonaro! Projeto de lei deve minar verba da Globo
A situação da Globo no governo de Jair Bolsonaro, ao que tudo indica, começará a ficar complicada em breve. Totalmente contrário ao canal e aos outros veículos pertencentes ao conglomerado de mídia, o presidente já teria por onde começar a minar o império criado por Roberto Marinho.
Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, há em Brasília um projeto pronto e que proíbe um instrumento de negociação comercial que, ao que tudo indica, vai prejudicar o domínio da emissora no mercado publicitário no país.
A Bonificação por Volume, ou BV, como é conhecida, foi criada em 1960 e consiste em estimular o mercado publicitário da seguinte forma: um anunciante contrata uma agência de publicidade para a promoção de um produto, e os veículos pagam uma comissão às agências – o BV – para que elas os definam como destinatários da verba.
No mercado, entende-se que isso mantém o domínio da Globo no bolo publicitário. Foi regulamentado em 2010, é usado por todos os veículos para atrair anunciantes e é o que dá ao canal entre 10% e 20% dos grandes contratos firmados na área, já que “anunciar na Globo é retorno certo”.
