Bruna Marquezine não esconde de ninguém a felicidade de atuar como protagonista do filme Vou Nadar Até Você, gravado em 2016. A beldade revelou em entrevista ao UOL que seu objetivo atual é ser lembrada pela sua arte, a atuação.
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Aos 24 anos, ela anunciou ainda que está prestes a voltar em uma série e revelou os motivos que a levaram a protagonizar seu primeiro filme nas telonas: “O principal foi a falta de oportunidades mesmo. De papéis, de convites. Junto com isso, eu por muitos anos emendei uma novela na outra”.
“Eu tive pouco tempo de ir atrás de projetos, fazer testes, conversar com amigos diretores. Foram os fatores principais que impossibilitaram que eu fizesse filmes antes”, explicou Bruna, que atua na Globo desde a infância.
Ela chegou a atuar na série Nada Será Como Antes e disse que essa foi a experiência mais próxima dos cinemas: “A gente rodava tudo com uma câmera só, era uma pegada diferente”.
“Ali eu já estava entrando num quadro de exaustão, física, mental e emocional. Novela exige muito, pede muito equilíbrio para gravar 13, 14 horas por dia, de 30 a 40 cenas, oscilando emoções e abdicando da sua vida pessoal, da sua vida social”, explicou.
“Foi aí que eu comecei a me preocupar porque não queria descontar em meu amor pela arte… E pensar também nas cenas do dia seguinte, porque o processo não para! Eu não digo isso de forma pejorativa”, revelou.
“O trabalho se torna um pouco mais raso. A gente usa técnicas e estratégias para entregar da melhor forma possível, mas temos de fazer isso em menos tempo e menos energia, ao mesmo tempo que temos de produzir muito mais em um período mais curto”, disse.
“Uma obra fechada é muito diferente, com tempo para aprofundar, para conhecer todo o arco de um personagem, não existem imprevistos ou mudanças bruscas. É possível dar mais camadas, mais elementos, a construção é mais completa”, ressaltou.
“Isso é extremamente prazeroso, principalmente quando se faz uma atrás da outra. Mas eu valorizo muito a novela, é algo culturalmente muito forte para o nosso povo e eu acho isso incrível!”, ponderou.
“Muita gente diz que novela vai acabar, e eu espero que não porque faz parte de nossa cultura! Só que eu também sinto a necessidade de explorar novos formatos”, explicou, ao revelar que estava muito mais disposta para o filme.
“Eu estava muito a fim de fazer, muito disposta. Então tudo era… bom! (risos) Tudo era positivo! A experiência de viajar com uma equipe é extraordinária, além de tudo que é construído fora das filmagens”, declarou.
“Eu brincava com o [produtor Luciano] Patrick, que não interessa se o filme vai fazer sucesso, essa experiência já é válida. Era a mesma sensação que eu tive fazendo a série. Era tudo novidade e tinha um sabor gostoso”, destacou.
“O filme foi gravado em 2016. Opa, foi filmado em 2016! Gravado é bom, hein! [Risos] O vocabulário da pessoa que fez novela por 15 anos… Então, filmamos em 2016 e eu assisti pouco antes de a gente ir ao Festival de Gramado”, disse.
“Quando eu assisti ao filme antes do festival já estava na reta final da última novela que eu fiz [Em Família], também num lugar um tanto cansada emocionalmente, pessoalmente, mentalmente, fisicamente por conta do desgaste, mais toda a carga da vida pessoal”, lamentou.
“Eu estava um pouco desanimada. Mas foi engraçado, porque quando eu terminei de ver, até com a diferença de tempo entre filmar e assistir ao filme pronto, enxerguei outra pessoa do que quando a gente rodou”, refletiu.
“Eu vi com um distanciamento e foi muito prazeroso! Terminou e eu estava emocionada de verdade. Eu pensei que não me interessava o que fossem achar, se eu fui bem ou não, dane-se!”, desabafou.
“Eu gosto tanto do que eu faço que mesmo com todo o cansaço veio como um sopro. Foi muito bom. Todo o processo foi emocionante, até quando aprovava cada cartaz. Era a emoção em fazer algo que fica para sempre! Por mais que a TV hoje em dia ainda fique”, disse ainda.
“E o cinema tem isso, essa sensação, de que é eterno. E é uma obra que eu vou mostrar a meus filhos, além do valor de ter sido meu primeiro filme”, revelou, lamentando o fato de se cobrar muito no que faz.
“O tempo todo! Eu sou minha pior crítica, a mais cruel”, lamentou. Em seguida, falou sobre o fato de ser notícia pelo seu lado celebridade e, muitas vezes, não como artista: “Já me incomodou, sem dúvida”.
“Mas não adianta preocupar com o que não temos controle. Eu não escolhi ser uma pessoa superexposta, as coisas aconteceram muito naturalmente e eu não contribuí para muitas das coisas que me tornaram essa celebridade”, explicou.
“Pelo contrário: a minha energia, meu foco sempre foi na parte artística. Mas essas coisas aconteceram e têm seu lado positivo. É muito ruim essa necessidade do ser humano em rotular as pessoas, como eu fui e talvez ainda seja um pouco. Como ‘atriz de televisão’, ‘atriz de novela’, uma ‘artista popular’, uma ‘pessoa de publicidade'”, reagiu.
“Quando eu entendi que tudo isso estava além do meu controle, parei de me cobrar um pouco e fui descobrindo como me proteger para não sofrer com isso. As pessoas vão acreditar no que elas querem e eu vou continuar agindo como eu acho correto e expondo o que eu acho que acrescenta, que é a minha arte!”, anunciou.
Sobre estar há quatro anos sem fazer outro filme, Bruna explicou: “Fiz outra novela depois, mas eu estou muito a fim de cinema, já estou com os dois pés lá! Tenho um projeto que é como se fosse cinema, mas é uma série”.
“Esse ano com certeza eu volto a um set de filmagem”, revelou. E finalizou dizendo um tipo de filme que já mais faria: Terror: “Mas eu gosto de assistir de tudo! Tudo mesmo! O único gênero a que eu não assisto e que eu não faria é terror. Eu tenho pavor [risos] Pavor!”.
“Eu não assisto e não teria a menor condição de fazer! Eu ia terminar uma cena e começar com ‘só um minutinho que eu preciso orar’! [Risos]”, completou.
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