Bruno Gagliasso fez um discurso emocionado sobre a sua atuação em Marighella, filme que foi lançado há alguns meses, depois de anos em que foi gravado. No Altas Horas, da Globo, do último final de semana, o famoso foi questionado sobre a sua participação e surpreendeu com desabafo.
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Um rapaz da plateia quis saber do galã: “Como você se sente na vida real interpretar alguém na dramaturgia alguém que você tanto combate, como foi visto no filme Marighella”.
“É muito difícil. Foi muito complicado para mim, porque eu fiz um cara extremamente racista, facista e torturador. É tudo o que eu mais abomino”, disparou o famoso.
Emocionado, Gagliasso ainda declarou: “Eu sou contra isso tudo, eu combato isso tudo. Foi muito difícil, cara, porque eu era o único do elenco ali que estava indo na contramão do que eles [personagens] estavam fazendo. Ele [Lúcio, seu personagem] existiu. Todo mundo já ouviu falar no Fleury. Eu fiquei mal, fiquei três meses longes da minha família, dos meus filhos, que são pretos. Eu tive que falar e cuspir na cara do Seu Jorge, que é um grande amigo, que é preto”.
“Ali eu estava fazendo a escória da história. Eu acho que hoje, se ele estivesse vivo, ele estaria bem ativo, com certeza ocupando algum cargo no poder. Foi muito bom esse filme ter acontecido e ter ido ao ar nesse momento em que estamos vivendo agora“, completou ele, muito emocionado.
Bruno Gagliasso também destacou que o filme, dirigido por Wagner Moura e protagonizado por Seu Jorge, “é bem atual”.
Bruno Gagliasso expõe detalhes horríveis das gravações
Recentemente, no debate em Lisboa, durante o lançamento do filme, o galã comentou sobre detalhes da história e sua importância. “As pessoas até hoje não sabem quem é ele. Um dos principais objetivos do filme é esse, informar e fazer com que as pessoas estudem. Não deixar nossa história apagar“, comentou.
Ao falar sobre sua atuação, Gagliasso ressaltou que foi muito difícil dar vida ao torturador: “Interpretei um racista. Minha filha é negra, tinha acabado de chegar. Seu Jorge é meu amigo, disse coisas horrorosas a ele. Foi muito difícil, muito doloroso“.
“Sofri muito, mas sabia o quanto é importante este filme ser lançado no Brasil. Fiquei três meses em São Paulo, não levei minha família. Não queria fazer as coisas que estava fazendo em cena, chegar em casa e beijar minha filha. Mas tenho certeza que eles terão muito orgulho de mim”, complementou.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]