Raoni Metuktire, cacique que protocolou uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Tribunal Penal Internacional sob acusações de crimes contra a humanidade, se tornou um dos protagonistas do especial Falas da Terra, terceiro episódio do Projeto Identidade, documentário da Globo.
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Além de Raoni, o canal da família Marinho conseguiu entrevistas com a cirurgiã Myrian Krexu, uma das primeiras mulheres indígenas a concluir o curso de Medicina, em 2013, o xamã Davi Kopenawa, a ativista Alessandra Korap Munducuru e o youtuber Cristian Wariu.
A equipe para o Falas da Terra foi formada pelos cineastas Alberto Alvares e Graciela Guarani, a jornalista Olinda Tupinambá, o artista Ziel Karapató e o escritor Ailton Krenak. O programa vai ao ar no dia 19 de abril, Dia do Índio. As informações são do Notícias da TV.
No processo de Raoni Metuktire contra Bolsonaro, o cacique colocou nas mãos do presidente a responsabilidade por “morte, extermínio, migração forçada, escravização e perseguição contra indígenas”.
Indígena da etnia Kaiapó, Raoni concedeu entrevista a Pedro Bial em dezembro do ano passado e falou sobre as posições do atual governo. “Para mim não tem importância o que ele [Bolsonaro] fala. Eu vou seguir a minha luta. Você entendeu?”, disse ao programa da Globo.
Em 2020, ele perdeu a esposa, sofreu com uma infecção intestinal e contraiu a Covid-19. “Eu perdi a minha esposa, mas mesmo assim decidi seguir em frente com a minha luta. Os nossos antepassados, nossas avós e avôs foram os primeiros habitantes desta terra aqui, e antes não existia esta destruição”, alegou.
“Depois que vocês brancos cruzaram o mar e chegaram aqui até. Vocês vieram em barcos e chegaram até aqui, onde viviam os nossos antepassados, e vocês os enganaram. Mas vocês não conseguiram fechar meus olhos nem tapar meus ouvidos. Os garimpeiros, os madeireiros, os fazendeiros estão neste momento destruindo a nossa floresta, e eu não posso aceitar”, protestou.
