O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) entrou em um processo para reavaliar a fusão da Disney com a Fox no Brasil. Isso se deve pelo fato da gigante do entretenimento não conseguir vender os canais Fox Sports, uma das condições pré-existentes para a aprovação do negócio de US$ 71,3 bilhões, em torno de R$ 300 bilhões.
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Em nota divulgada pelo site Notícias da TV, o órgão apontou que o acordo firmado fez com que a Disney fosse obrigada a se desfazer dos canais esportivos para outro grupo ainda este ano, como forma de evitar a concentração excessiva de um conglomerado no setor, já que detém os direitos do ESPN e, por isso, não pode controlar um dos seus concorrentes diretos, o Fox Sports.
“O objetivo era permitir que a estrutura do mercado permanecesse com a mesma pressão competitiva anterior à fusão, com a continuidade de três opções de canais de esportes para os consumidores no Brasil“, diz o comunicado, considerando os canais pertencentes à Disney e o SporTV, da Globosat.
Ainda na nota, o Cade reconheceu que a empresa se empenhou para vender os canais, mas não conseguiu cumprir o prazo. “Embora as partes tenham se esforçado para cumprir a determinação, a venda não foi concretizada. Desse modo, conforme previsto na cláusula 14.3 do ACC [Acordo em Controle de Concentrações], o Cade decidiu revisar a operação“.
A Disney chegou a contratar a Pyne Media, uma empresa independente, para ajustar termos de negociação; porém, a consultoria não conseguiu fechar nenhum negócio.
Presidente do Cade, Alexandre Barreto considerou que a reapreciação é a solução que melhor considera as preocupações do mercado e da autarquia com a finalidade de evitar um monopólio ou concorrência desleal.
“A medida mostra-se equânime e proporcional justamente por oportunizar que se manifestem sobre outras opções viáveis”, afirmou Barreto.
