Ruth de Souza (1921-2019), que completaria 100 anos no último dia 12, será tema de um documentário produzido pela atriz Dani Ornellas e pela cineasta Juliana Vicente. Ainda não há previsão de quando a produção irá ao ar.
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“Convivemos por 18 anos. Eu já era fã, mas só a conheci pessoalmente um ano depois de perder minha mãe biológica. Ela dizia que eu era a filha que ela não gerou. Eu tinha muita vontade de mostrar para outras pessoas a atriz e a pessoa que conheci de perto. Tenho vários registros dela feitos ao longo de dez anos. Ruth me orientou no trabalho, lia textos comigo. Todas as vezes em que pensei em desistir da carreira, ela me disse que acreditava em mim”, relatou Dani em bate-papo com o colunista Zean Bravo.
Para quem não sabe, Ruth é considerada a primeira-dama negra do teatro, do cinema e da televisão brasileira. Com mais de 60 anos de carreira na televisão, ela foi a primeira atriz negra a se apresentar nos palcos do Teatro Municipal do Rio, na peça O Imperador Jones (1945), e também primeira a ser protagonista de uma novela, A Cabana do Pai Tomás (1969), na Globo.
Entre os seus trabalhos de sucesso estão O Rebu (1974), Sinhá Moça (1986), Mandala (1987), O Clone (2001) e Senhora do Destino (2004). Além disso, fez parte de mais de 25 peças teatrais e mais de 30 novelas.
Em 2016, durante uma entrevista ao UOL, a veterana lamentou o fato do racismo ainda ser destaque e discutido em pleno século 21. “Tudo é uma questão de educação“, disse.
Ela afirmou ainda que, por ter vivido uma carreira em que sempre foi coadjuvante, lutou bastante contra os estereótipos relacionados ao negro no Brasil. Segundo a atriz, era uma “alegria” ver artistas como Lázaro Ramos e Taís Araújo como protagonistas.
