Douglas Souza recorreu às redes sociais na última quarta-feira (08) para expor mais detalhes do caso de homofobia sofrido por ele durante uma viagem que fez à Europa.
VEJA ESSA
Em seu Instagram, o jogador de vôlei relatou que a imigração holandesa implicou com ele pelo simples fato dele estar acompanhado do namorado.
“Basicamente, a gente pegou um voo de São Paulo para Amsterdã e passamos pelo controle de passaporte para ir para Roma e depois pegar outro voo para Vibo. Até então estava tudo normal”, iniciou ele, que prosseguiu:
“No controle de passaporte perguntaram o que eu faria na Itália, eu disse que seria jogador de vôlei e o Gabriel era meu namorado. Logo, a fisionomia dele mudou na hora e o tratamento também. Ele perguntou o que ele faria lá, eu mostrei o documento de união estável, eu disse que ele iria me acompanhar e trabalhar”.
“Chamaram um cara no telefone, levaram a gente para um outro lugar onde tinha mais umas 20 pessoas, largaram a gente lá por 5 horas, mais ou menos. Não se tinha explicação, eu tentei ajudar de alguma forma. Eles ligaram para o clube, liberaram e deu tudo certo. Eles não quiseram nem me escutar”, relembrou.
Douglas afirmou que foi difícil para os funcionários do aeroporto engolirem que ele tinha um documento comprovando união estável com o companheiro:
“Depois de 5, 6 horas me chamaram para uma entrevista em uma salinha para saber o que eu iria fazer lá. Aí bateram na tecla do Gabriel, e eu falava que era meu namorado, e eles não entendiam esse tempo, insistiam no companheiro e não queriam deixar ele passar de jeito nenhum”.
“Logo, perguntaram se o clube sabia da situação com ele. Aí me liberaram por mais algumas horinhas e eu comecei a perceber um certo padrão no tratamento deles. Fomos colocados com mais 20 pessoas, 18 eram pretas, ou latinas e nós dois. Uma das pessoas se revoltou muito com a situação. Ficamos literalmente o dia inteiro esperando, quando deu umas 11h da noite, que não tinha mais voo, o aeroporto estava fechado, eles liberaram a gente”, explanou.
O atleta olímpico finalizou o assunto se mostrando muito triste com o ocorrido: “Foi uma situação estranha, difícil, a gente se sente fragilizado. Se a gente se exaltasse com a polícia, a gente poderia ter mais problemas. Acabou que passei 15 horas no aeroporto, e era para ter sido umas três, no máximo. Não achei normal, acontece em todas as partes do mundo, aí falam que Amsterdã é super liberal, mas não é assim. Eu sei o que eu vivi”.
“Foi muito constrangedor. É importante mostrar que existe esse tipo de situação. Aconteceu, passou, meu clube não tem nada a ver. Eles ajudaram, meu empresário, também. Eu espero que ninguém passe por isso, sei que infelizmente vai passar e a gente tem que passar por isso”, finalizou.
Assista:
Álvaro Penerotti sempre foi bastante engajado a tudo que envolve o mundo da TV e Famosos. Com intensa vivência na área de jornalismo e mídias sociais, já trabalhou em rádio e também em importantes veículos de comunicação na web. Pode ser encontrado nas redes sociais por meio do @AlvaroPenerotti.