Emicida manda recado importante sobre racismo e coronavírus na Globo

Emicida

Emicida faz reflexões sobre o racismo e coronavírus na Globo (Imagem: Reprodução/ Globo)

Emicida foi o entrevistado inédito do Domingão do Faustão, da Globo, de ontem (14), e surpreendeu ao dar uma verdadeira aula de sociologia. Na conversa com o apresentador, o rapper fez uma reflexão sobre a sociedade brasileira perante os temas racismo, trabalho infantil, violência doméstica, pandemia e contraste social.

Para o músico, o momento de isolamento evidencia ainda mais a desigualdade socioeconômica e racial que vivemos no país. “As mudanças que a gente precisa não estão necessariamente ligadas ao corona. A pandemia não é uma escolinha onde a gente está aprendendo como é importante a gente se entender como humano e ajudar todos os outros. A gente está vivendo um paradoxo triste”, iniciou ele.

“Por um lado, a gente enfrenta um vírus que se espalha muito rápido, mas que não tem uma letalidade tão grande, agora, o que é extremamente letal são os abismos sociais que a nossa sociedade produziu e finge que não existe. Todas as pessoas estão sujeitas a se contaminar com o COVID-19, mas nem todas as pessoas podem se tratar após se contaminar”, acrescentou o famoso.

O integrante do Papo de Segunda, do GNT, refletiu: “Tem um caminho muito longo pela frente pra gente chegar num lugar que a gente se orgulhe quanto sociedade. A gente está colocando tijolinho por tijolinho para construir essa ponte que vai levar a gente para um lugar melhor”.

Sobre racismo, Emicida lembrou do caso George Floyd – norte-americano que foi asfixiado por um policial na cidade de Minneapolis, no estado de Minnesota, nos Estados Unidos. O cantor acredita que as manifestações e a solidarização são válidos aqui no Brasil, mas, para ele, a opressão racial tem um contexto diferente.

“A gente está tratando de contextos diferentes, embora a opressão racial seja muito presente nas duas realidades. A forma superficial como a qual sociedade brasileira lida com o racismo. A gente finge que isso é um problema de lugares como África do Sul ou dos Estados Unidos”, comentou.

“O imaginário do brasileiro foi conduzido através de uma reflexão que faz ele acreditar que vive de fato numa democracia racial, quando isso não é verdade. E é por isso quando uma nova geração emerge e traz à tona um discurso de que não, a gente não vive uma democracia racial, a gente vive um estado de desespero, de emergência, que quanto mais escura a cor da sua pele mais perigoso é“, explicou o rapper no Domingão.

“Essa tragédia que aconteceu com o George Floyd ela está fazendo o mundo inteiro fazer uma reflexão a respeito de como estruturalmente muitas pessoas, mesmo que não percebam, corroboram com essa estrutura racista”, completou ele, na Globo.

Da Redação
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