Empresa de Dony De Nuccio faturou R$ 7 milhões escondido da Globo

Dony De Nuccio
Dony De Nuccio se pronunciou sobre o assunto (Imagem: Reprodução / Globo)

O jornalista Dony De Nuccio, que apresenta o “Jornal Hoje” desde a saída de Evaristo Costa, tomou uma atitude “condenável” pelo departamento de jornalismo Globo, a de estrelar uma campanha publicitária, e acabou sendo advertido.

De acordo com o jornalista Daniel Castro, do site Notícias da TV, o profissional embolsou nada menos que R$ 7.239.692 nos últimos dois anos, produzindo “road shows telepresenciais”, vídeos, cartilhas e palestras para o Banco Bradesco.

Ele chegou a apresentar vídeos de treinamento para os bancários e atuou como entrevistador dos executivos do Bradesco, sem a emissora saber. A Globo, por sua vez, exige isenção jornalística em seus Princípios Editoriais.

A relação entre Dony e o banco só foi informada à Globo há duas semanas, após uma reportagem do Notícias da TV sobre os vídeos em que o jornalista falava sobre os produtos da Bradesco Seguros. Para o canal, não houve má fé por parte do seu contratado.

Contudo, De Nuccio levou um “puxão de orelha” por violar as clausulas. Em resposta, Dony se pronunciou, por meio do departamento de comunicação da Globo, dizendo “que em meados de julho retirou-se totalmente da empresa”, e esclareceu:

“1) Desde meados de julho retirou-se totalmente da empresa citada, não tendo com ela mais nenhuma relação;”

“2) No período em que esteve ligado à empresa, os produtos e serviços foram relativos à produção de vídeos e ao oferecimento de infraestrutura para atividades audiovisuais. A sua imagem como apresentador só foi usada na produção audiovisual de treinamento já objeto de matéria do site (aquela cujo cachê comprometeu-se a doar);” 

“3) Em todo o período em que esteve ligado à empresa jamais atuou na captação de clientes e jamais negociou valores ou discutiu pagamentos;” 

“4) Os serviços sempre foram prestados mediante notas fiscais e os valores delas não refletem pagamentos feitos a ele, mas os custos totais dos serviços ou da produção. Não confirma nem valores nem serviços relatados pela coluna, e indigna-se com a possível quebra de sigilo fiscal da empresa à qual estava vinculado.”

A Globo, por sua vez, se pronunciou dizendo:

“Esses esclarecimentos já tinham sido feitos à direção de Jornalismo quando parte da produção audiovisual de treinamento foi notícia do site, semanas atrás. Na ocasião, Dony De Nuccio foi advertido de que seu contrato de trabalho proíbe a prestação de serviços a terceiros sem prévia autorização.”

“Feita a advertência, a direção de jornalismo decidiu aceitar os esclarecimentos do jornalista e as providências que ele tomou (assim como o compromisso de não voltar a incorrer no erro). Dony se desculpou e disse ter sido seu entendimento que, ao não se envolver em negociações ou usar sua imagem para publicidade, não infringia normas da profissão ou da empresa.”

“A TV Globo reconhece que não houve má-fé por parte de Dony De Nuccio. Mas afirmou a ele que as regras existem, entre outras razões, para evitar que jornalistas sejam questionados e tenham que dar esclarecimentos tão detalhados à imprensa.”

Dony De Nuccio, novamente, se pronunciou e esclareceu:

“Li com perplexidade a nota sobre minha atuação na empresa PrimeTalk. Gostaria de acrescentar os seguintes comentários:

1) Sou figura pública, mas o faturamento da empresa citada vem de empresas privadas e é absolutamente legal. A quebra do sigilo fiscal é algo que causa indignação. E pode atingir a todos, inclusive o colunista, que vive de publicidade;

2) Apenas apareci como apresentador na produção audiovisual de treinamentos da referida instituição financeira (seja Seguros ou Banco). Na ocasião, mencionei que ‘parte’ da produção tinha vindo a público, o que é fato. E em todos os casos, como também afirmado anteriormente, com veiculação voltada exclusivamente para o público interno e jamais com fins publicitários;

3) Já me desliguei totalmente da empresa citada e não tenho mais nenhuma relação com ela. A formalização do desligamento bem como os trâmites relacionados à Junta Comercial de SP já foram solicitados e estão em andamento desde data anterior à nota de hoje;

4) Está errada a informação de que faturei o valor mencionado na nota. Notas fiscais refletem os custos totais de produção e não a minha remuneração. Os custos envolvem o pagamento de impostos, equipamentos e dezenas de profissionais, como admitido pelo próprio jornalista. Não me pronunciarei mais sobre o assunto, porque tudo o que diz respeito às atividades que mantive na empresa já está esclarecido na nota enviada;

5) Minhas atividades na referida empresa eram fruto do meu entendimento de que ao não me envolver em negociações comerciais nem fazer publicidade usando a minha imagem, não infringia norma. Advertido de que o entendimento estava errado, me desculpei e esclareci os pontos necessários. Agradeço à Globo por ter compreendido que não agi por má-fé.”

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Da RedaçãoDa Redação
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