Exclusivo: Celso Portiolli comemora boa fase do Domingo Legal e fala da concorrência

Celso Portiolli

Celso Portiolli comanda o Domingo Legal há dez anos (Imagem: Divulgação / SBT)

Colaboração: João Paulo Dell Santo

Desfrutando de um excelente momento em sua carreira profissional, Celso Portiolli conversou com o RD1 em uma entrevista para lá de reveladora durante os intervalos de uma edição do Domingo Legal, no SBT.

Celso, que vem sendo cotado para ganhar o Troféu Imprensa 2019 na categoria de Melhor Apresentador, devido à boa fase na TV, fez algumas revelações sobre o programa que comanda há 10 anos, herdado de Gugu Liberato.

Sempre muito espontâneo, Portiolli não se esquivou de qualquer pergunta, e muito menos apontou algo que não quisesse falar. Ele encarou a entrevista com muita naturalidade e conversou com a nossa reportagem de forma franca, celebrando o sucesso profissional, mas com os pés no chão.

Confira o bate-papo com o apresentador do SBT:

RD1: A TV, comprovadamente, é feita de altos e baixos, e isso não diminui os talentos. Como você avalia as últimas fases do Domingo Legal: primeiro vice, depois em terceiro, quando a duração foi diminuída, e agora vice novamente e com vários minutos na liderança, sendo este o melhor momento do programa desde que você assumiu?

Celso Portiolli: Televisão é uma prova de revezamento. São vários atletas correndo e passando o bastão. Se você tem ali no time atletas que não estão bem, não estão bem preparados, provavelmente você vai perder a competição. Na época que a Disney entregava baixo, a gente não tinha qualquer possibilidade de reação, porque o adversário já tinha queimado os breaks em cima da Disney, que não tinha estratégia de guerrilha para combater a Record naquela duas horas. Era um produto fechado e já vinha pronto.

A gente já pegava muito mal, a gente tentava fazer um programa legal. Muitas coisas legais que se fosse exibida hoje, na fase boa, iam bombar na audiência, mas infelizmente não conseguimos reverter.

Quando mudou, saiu a Disney e o conteúdo mudou, entregava melhor e a gente pegava a vice [liderança de audiência]. TV é uma corrida de revezamento. Se o cara te entrega o bastão bem, você tem grande possibilidade de fazer sucesso e se dar bem na audiência, mas se não entregar, ou derrubar o bastão, ou chegar atrasado, tem inércia, aí é questão de estratégia. Por isso que eu não me empolgo com os números.

RD1: Você não fica de olho nos números? Você não tem real time?

Celso Portiolli: Não tenho real time. Nem funciona mais meu ibope. Minha preocupação é com o merchandising. Temos 16 merchans e fico preocupado em encaixar tudo isso. Isso me preocupa, mas o que serviu de lição foi quando o Domingo Legal estava em terceiro lugar, conseguimos fazer um case comercial maravilhoso e ganhamos mais duas horas por mérito. Não precisamos ir lá [na direção da emissora] pedir. A ideia do SBT era aumentar essas duas horas e vender mais nessas duas horas. Foi por mérito. O que aprendi com isso, quando está ruim na audiência, é batalhar para vender bem, porque quer queira ou não, você com seis pontos [de audiência] é um canhão. Se você tiver um bom vendedor na frente das câmeras com microfone na mão, você embala os anunciantes. Isso é credibilidade e credibilidade vende muito.

RD1: O Domingo Legal faz parte de uma seleta lista de programas do SBT que são sucesso comercial. Há filas para nunciar no programa. Como você explica esse case de sucesso? Colegas jornalistas atribuem a sua figura, de bom rapaz, que fala com o jovem às donas de casas e idosos…

Celso Portiolli: Tudo que você falou já faz parte da resposta. Tem um negócio na TV que chama “TT” (Tempo de Televisão). A Hebe dava dois pontos de audiência e vivia com programa lotado [de merchandising], e um dia eu perguntei o porquê? O tempo que ela esteve na TV, ela construiu uma imagem, foi construindo a imagem dela, quando ela fala de alguém, ou de produto ela está construindo a imagem daquilo, toda história dela sem escândalo, sendo de família, dando a opinião dela, eu estou há 26 anos na TV, construindo minha imagem. O próprio Silvio Santos fala que precisa de dez anos para construir e se aperfeiçoar, nos primeiros dez anos eu aprendi, nos outros 16 eu fui construindo a imagem de um bom vendedor, e como o próprio Silvio Santos disse ele tem os três melhores vendedores na TV. Eu, Ratinho e o Silvio Santos.

RD1: A Record promete novidades nessa sua faixa horária, com a entrada da Sabrina Sato, o que você planeja para 2020?

Celso Portiolli: Não tenho novidades. A gente vai tocar o barco como está, tocar os quadros, a equipe Domingo Legal é muito ágil, se precisar mudar a gente muda de uma hora para outra. Sobre o Curtindo uma Viagem voltar como quadro, não é um programa barato. Eu gostaria muito que voltasse. Se precisar tem que conversar com a cúpula da emissora, a direção artística, para ver se da para voltar, mas eu acho que não vai precisar. A gente ajustando o tempos, breaks e estratégias, vai dar certo.

RD1: Como está a sua relação com o Geraldo Luís depois das sucessivas surras que ele tomou de você [risos]? Você tem consciência que a saída dele dos domingos é culpa sua, né? Por que a ideia era mantê-lo no Balanço Geral SP e no Domingo Show, mas esqueceram de combinar com o Celso Portiolli…

Celso Portiolli: O SBT, o Domingo Legal perdeu muito mais tempo do que ele [Geraldo Luis]. O tempo que ele não foi bem no domingo na Record, não foi muito tempo. O Domingo Legal ficou dois anos e a emissora segurou. Não é culpa dele, é a emissora que toma a decisão. SBT resolveu manter o programa, a Record resolveu não manter o Domingo Show. Foi decisão da grade de programação, da direção artística, o apresentador é o que tem menos culpa..É questão da emissora. Quero mudar, quero melhorar. Aqui o SBT me segurou, aguentou a bucha.

RD1: Sobre a Sabrina Sato à frente do Domingo Show, ela vai ter muito trabalho na concorrência contigo?

Celso Portiolli: Não estamos nos armando. Eu não posso mexer por enquanto. É um jogo de futebol: se o cara muda o sistema tático dele, a gente muda aqui.

RD1: O que você tem achado das vitórias sobre o Esporte Espetacular e Escolinha do Professor Raimundo? Ganhar da Globo é mais gostoso?

Celso Portiolli: Ganhar em qualquer situação da vida é bom. Dizem que o segundo é o primeiro perdedor. Ninguém lembra do segundo lugar. Os picos de audiência do Domingo Legal foram importantes exatamente pela fase que passamos. Durante dois anos e meio, muita gente enxergou como se o programa não tivesse bem, não enxergando aquela corrida de revezamento, a estratégia da emissora, a entrega. A culpa era do Domingo Legal. Mas poxa vida, agora o Domingo Legal está tão bem. Está com picos de primeiro lugar. E é a mesma coisa. Não mudou quase nada. O produto, às vezes, é bom, mas não está sendo colocado na melhor estratégia para que ele decole.

RD1: Mas vocês testaram muitas coisas durante esse período…

Celso Portiolli: Antes e durante a Disney, muitas coisas. Tudo que você imagina. Foi uma época de muito trabalho. Muito mais do que agora.

RD1: Outro dia você falou que gostaria de resgatar o Curtindo Uma Viagem como quadro. Há previsão disso? E outros clássicos, podem voltar, como Telegrama Legal, Piscina de Amido, Mão no Bicho, grandes entrevistas?

Celso Portiolli: Telegrama Legal tem. A gente tem muita gaveta. Não temos novidades. A gente tem muita gaveta e vai gravando. Chaveco está de volta; De Quem é Essa Mansão?; Brincando em Casa; Telegrama Legal. Mas não é nem pensando em 2020, pensando em programas gravados, que não sejam ao vivo, tipo o Passa ou Repassa. Mas se precisar inventar um quadro novo – Nove Caixas, Brincando em Casa, De Quem é Essa Mansão?- a gente criou, fico muito confortável com a agilidade e a qualidade da produção do Domingo Legal, você sentar na terça-feira na reunião de pauta a gente sai dali com muitas ideias e consegue executar. Eu vim da criação né? Eu, agora, estou em stand by. Eu não preciso criar, pois o programa está com três formatos, por isso que não me preocupo com criação

RD1: Como dito, você se tornou um dos maiores sucessos do SBT na atualidade. A concorrência fica de olho… Recentemente, inclusive, circularam notícias de um interesse da Record. Houve alguma sondagem? Você pretende renovar com o SBT ano que vem? O contrato está próximo do fim…

Celso Portiolli: Meu contrato não tem mais validade longa. Renova automático, mas se o SBT me der uma carta hoje, daqui a três meses, estou fora, e se eu der uma carta daqui a três meses, eu estou fora. Meu contrato é ‘valeu, muito obrigado’. Não tem multa. Tem dois anos esse tipo de contrato.

Reuber Diirr
Escrito por

Reuber Diirr

Reuber Diirr é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Integrante do 17º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta (Globo ES), teve passagens pela Record News ES, TV Gazeta ES e RedeTV! SP. Além disso, produz conteúdo multimídia para o Instagram, Twitter, Facebook e Youtube do RD1. Acompanhe os eventos com famosos clique aqui!