O Fantástico estreou neste domingo (15) o novo quadro de humor Fala AI, que usa imagens geradas por inteligência artificial para comentar de forma bem-humorada os jogos da Copa do Mundo de Clubes. A novidade, no entanto, dividiu opiniões e gerou forte reação negativa nas redes sociais.
Fala AI trouxe cenas inusitadas, como um debate entre cavaleiros do rei Arthur sobre futebol, um navegador português chegando a Nova York e se deparando com a Estátua da Liberdade, um ET torcendo para o Palmeiras e um homem celebrando o Flamengo no meio de um furacão.
Segundo o apresentador Lucas Gutierrez, o nome do quadro é um trocadilho com “AI” de artificial intelligence, e a proposta é explorar as possibilidades criativas da inteligência artificial.
Criação por trás de quadro do Fantástico
Apesar do uso da tecnologia, o quadro não foi feito apenas por robôs. Por trás da criação estão os roteiristas Martha Mendonça e Nelito Fernandes, o artista Flávio Fernandes, o produtor de tecnologia Rodrigo Siervi, os sonoplastas Luc Bonecarrere e Daniel Figueira, e o editor Eduardo Calvet.
O modelo de produção lembra a personagem Marisa Maiô, que também usa IA e faz sucesso nas redes sociais.
Web detona decisão da Globo
Nas redes sociais, a recepção foi majoritariamente negativa. Internautas criticaram o humor das esquetes, a qualidade das imagens e o uso da IA como elemento central.
Comentários como “Que horror”, “Falhou miseravelmente” e “A coisa mais bizarra que assisti nos últimos tempos” se multiplicaram no X (antigo Twitter).
Alguns usuários foram mais longe nas críticas: “Esse Fala AI do Fantástico tá igualzinho meus clientes insistindo pra usar IA a qualquer custo”.
“Para que o Fantástico agora tem um quadro de IA generativa?”, questionou mais um. “Demite o editor-chefe que ainda tá insistindo nisso de IA”, disparou uma terceira pessoa.
Além do humor questionável, o uso da inteligência artificial em um programa tradicional como o Fantástico gerou desconforto.
Muitos se perguntaram sobre os impactos dessa tecnologia na produção cultural e no emprego de artistas humanos.
Segundo um relatório da Universidade de Stanford, “a adoção de IA generativa está transformando a indústria criativa”. Já o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) alerta para a importância de garantir transparência e direitos autorais no uso de conteúdos gerados por IA.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]