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Desde sua estreia em 2012 na grade do SBT, a versão brasileira de “Carrossel” tem se revelado um fenômeno de popularidade como há tempos não se via no canal de Silvio Santos.
O sucesso da novelinha adaptada por Íris Abravanel tem sido tão grande de lá para cá que rendeu, nesse meio tempo, um spin-off em formato de série (“Patrulha Salvadora”), um desenho animado, dois longas-metragens, três reprises – a últimas delas recém-iniciada -, incontáveis brinquedos e produtos licenciados… É um filão quase inesgotável.
O universo “Carrossel” é tão vasto que contempla algumas curiosidades de fundo do baú que pouca gente sabe ou se lembra. Vejamos as principais.
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1 – Nem tão mexicana assim
A versão original de “Carrossel” é mexicana, certo? Errado! Diferentemente do que muita gente pensa, a trama mexicana produzida no final dos anos 80 pela Televisa e protagonizada por Gabriela Rivero também é um remake.
A primeira filmagem da história em infantil se deu no ano de 1966 na Argentina, sob o título de “Jacinta Pichimahuida, la Maestra que no se Olvida” (Jacinta Pichimahuida, uma Professora Inesquecível). A protagonista era a personagem do título, professora adorável que guiava as aventuras de seus alunos pelos quase três anos de duração do programa.
Em 1974, “Jacinta Pichimahuida” ganhou uma nova versão com o mesmíssimo título, também muito exitosa, chegando a se estender por dois anos no ar. Uma terceira rodagem da história se deu novamente na Argentina, entre 1983 e 1985: “Señorita Maestra” (Senhorita Professora). Foi este, inclusive, o texto usado como base para o “Carrossel” do México.
O criador do argumento original de “Carrossel” é Abel Santa Cruz, um verdadeiro perito em escrever histórias capazes de cativar crianças e jovens por diversas gerações.
“Carinha de Anjo”, “Pícara Sonhadora”, “Chispita”, “Luz Clarita” e “Pequena Travessa” são algumas das novelas brasileiras e mexicanas que conhecemos por aqui e tiveram origem em obras escritas por ele.
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2 – Professora Helena mudou de intérprete
Sim, isso aconteceu, e foi justamente na primeira versão da história, “Jacinta Pichimahuida, la Maestra Que No Se Olvida”, gravada em Buenos Aires na década de 1960.
A atriz portenha Evangelina Salazar interpretava a professora Jacinta na novela infantil que se estendeu por quase três anos no ar. Ao fim dos dois primeiros, Salazar deixou a atração e a carreira de atriz para se casar com o cantor argentino Palito Ortega, seu namorado à época, e o papel da “amada mestra” foi assumido sem maiores explicações por outra intérprete, Silvia Mores, de apenas 17 anos.
O público infantil local, porém, não gostou da troca e a audiência começou a cair, levando ao cancelamento do programa. Não à toa: além da inevitável “mudança de look“, ambas atrizes fizeram leituras distintas da personagem – Mores imprimiu um tom mais vivaz e jovial à professorinha, bem diferente do ar melancólico e recatado, embora doce, que era a marca de sua precursora no mesmo papel.
O curioso é que, em outros países que exibiram essa versão da novela, tal rejeição não se repetiu. No Paraguai, por exemplo, “Jacinta Pichimahuida” só começou a bombar de verdade depois que Evangelina saiu de cena e Silvia entrou em seu lugar.
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3 – Continuação flopada
A Televisa aprendeu, a duras penas, que a franquia “Carrossel” nem sempre é garantia de sucesso. Em 1992, animada com o sucesso estrondoso que a história da professora Helena vinha fazendo em vários países do mundo, a rede mexicana decidiu produzir uma continuação da história, “Carrossel das Américas”.
A ideia era trazer Gabriela Rivero de volta ao papel de Helena para viver novas aventuras com seus novos alunos, tendo como pano de fundo a comemoração dos 500 anos do descobrimento do continente americano.
O problema é que, embora fosse alardeada como uma sequência de “Carrossel”, “Carrossel das Américas” tinha ares de remake prematuro: os novos personagens infantis tinham exatamente os mesmos perfis e viviam as mesmíssimas situações que os alunos da primeira parte. A rejeição da loirinha Ana Lucrécia (Giuliana Rivero) ao garoto negro Martim (Kalimba Marichal), por exemplo, soava como um completo repeteco da relação entre Cirilo (Pedro Javier Viveros) e Maria Joaquina (Ludwika Paleta) na trama precursora.
Seja como for, o público mexicano não comprou a ideia de “Carrossel das Américas”, que acabou durando apenas 120 capítulos – bem longe dos quase 400 da primeira “Carrossel” – e saindo do ar como um retumbante fracasso. No Brasil, a novela chegou a ser exibida em 1995 pelo SBT, também com baixa audiência.
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4 – “Carrossel” 2.000
Na década seguinte, mais precisamente em 2002, a Televisa voltou a investir na história ao produzir “Vivan los Niños”, sua terceira adaptação da trama original de Abel Santa Cruz.
Neste remake, todos os personagens tiveram seus nomes alterados. A “amada mestra” Helena, por exemplo, foi rebatizada como Lupita (Andrea Legarreta). Já entre os alunos, Maria Joaquina virou Simoninha (Natalia Juárez), Cirilo virou Ângelo (Christian Stanley), Valéria (Krystel Klitbo / Maísa Silva) virou Marisol (Daniela Aedo, a recordada “Carinha de Anjo” mexicana) e por aí foi…
Embora tenha feito bastante sucesso, “Vivan los Niños” foi muito criticada pelo tom exagerado e teatral que o produtor Nicandro Díaz deu à trama, com interpretações pra lá de carregadas e figurinos dos mais espalhafatosos, além de ter inserido na história uma dose de fantasia bem maior do que existia em “Carrossel” – até um aluno extraterrestre a professora Lupita chegou a ter!
No Brasil, a novela foi exibida em 2003 com o nome de “Viva às Crianças – Carrossel 2” – subtítulo acrescentado pelo SBT numa jogada de marketing para ressaltar a inspiração no fenômeno de audiência dos anos 90 – e também fez sucesso, sendo, inclusive, lembrada como a novela de maior sintonia do canal nos últimos 17 anos.
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5 – Remake arquivado
Muito antes do sucesso de 2012, o SBT já havia pensado em produzir sua própria versão de “Carrossel” em 2007, quando acabava de produzir outro texto da Televisa, “Amigas e Rivais”.
Para assinar a adaptação tupiniquim da história infantil, Silvio Santos escalou o dramaturgo, ator e humorista Ronaldo Ciambroni, conhecido pelo papel de Donana no programa “A Praça é Nossa”. Ciambroni chegou a finalizar o roteiro dos mais de 360 capítulos da história, alterando, inclusive, o nome de todos os personagens originais. A professora Helena, por exemplo, em seu texto foi rebatizada de Clara.
A novela, porém, teve sua produção cancelada em virtude do rompimento do contrato entre o SBT e a Televisa, que levou a emissora a uma nova tentativa – frustrada – de investir em textos genuinamente nacionais, em novelas como “Revelação” (2008), “Vende-se um Véu de Noiva” (2009) e “Amor e Revolução” (2011).
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6 – Maísa não seria Valéria
A participação de Maísa Silva, em sua estreia como atriz de novelas, foi algo pensado para “Carrossel” desde a pré-produção. Mas, antes de defini-la como intérprete da peralta Valéria, o SBT estudou outras alternativas para encaixá-la na produção.
Uma delas, e a que mais chegou a ser considerada, foi a de que Maísa interpretasse a si mesma na trama de Íris Abravanel. A estrela do SBT estudaria na sala ao lado dos alunos de Helena (Rosanne Mulholland) e faria participações ocasionais na história, interagindo com os protagonistas infantis. A ideia, porém, acabou arquivada depois de entendido que Maísa se encaixaria como uma luva no papel da aluna mais levada da Escola Mundial.
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7 – Professora virginal
No remake moderno de “Carrossel”, a professora Helena saiu um pouco da rotina da sala de aula para viver um doce romance com Renê (Gustavo Wabner), que ensinava música às crianças da Escola Mundial.
Nas versões anteriores da novela, porém, o galã da “querida mestra” nunca existiu. Da original argentina dos anos 60 à trama da Televisa em 1989, Helena foi completamente virginal e só vivia e desvivia por seus alunos.
Essa característica da personagem só foi alterada em “Viva às Crianças”, adaptação mexicana de 2002, onde a professora Lupita encontrou o amor nos braços do colega de docência Emiliano (Eduardo Capetillo). Este entrecho, aliás, serviu de inspiração para o mote similar na versão de Íris Abravanel.
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8 – Fumantes precoces
Em 2016, mais de 25 anos após o fim da “Carrossel” mexicana, a atriz Gabriela Rivero suscitou polêmica com uma entrevista que deu ao programa peruano “Mathi Nait” sobre os bastidores da trama infanto-juvenil.
Ela contou ao apresentador Mathías Brivio que os então atores mirins Pedro Javier Viveros (Cirilo), Jorge Granillo (Jaime) e Mauricio Armando (Paulo) roubavam cigarros de sua bolsa para fumar. “Eu perguntava ‘de onde tiraram os cigarros’, e eles respondiam que da minha bolsa“, revelou.
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9 – O livro onde tudo começou
Muito antes de chegar à televisão, as aventuras de “Carrossel” chegaram ao público através da literatura. Estamos falando de “Cuentos de Jacinta Pichimahuida” (Contos de Jacinta Pichimahuida), livro que Abel Santa Cruz escreveu por volta de 1940 com histórias inspiradas em sua própria infância.
Além da professora amável e carinhosa, estavam ali praticamente todos os personagens que vemos na versão atual da novela. A eterna paixão não-correspondida de Cirilo (Jean Paulo Campos) por Maria Joaquina (Larissa Manoela), por exemplo, é o tema do conto intitulado “Preto e Branco”.
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10 – Pícaros sonhadores
Em 2001, quando o SBT produziu “Pícara Sonhadora”, alguns telespectadores ficaram surpresos ao ver as crianças da história, Julinho (Giovanni Delgado) e Cidinha (Danielle Tinti), convivendo com colegas de escola chamados Kokimoto, Paulo, Valéria e Laura – que chegou, inclusive, a repetir o bordão “isso é tão romântico”, da personagem homônima de “Carrossel”.
Embora a homenagem à época tenha soado estranha e fora de contexto, existe uma explicação: a trama brasileira era uma adaptação de “La Pícara Soñadora”, novela da Televisa que foi um grande sucesso em 1992, a ponto de a rede mexicana promover um crossover com “Carrossel das Américas”, produzida no mesmo ano.
Quando o SBT comprou o texto de “Pícara” para regravar por aqui, essa cena estava lá, e os adaptadores da novela, Henrique Zambelli e Adriana Moretto, provavelmente decidiram mantê-la por se tratar de uma história conhecida.
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