Bastante comuns na literatura, no cinema e até em séries dos Estados Unidos, as viagens no tempo são uma temática quase inexplorada no universo das telenovelas, ao menos no Brasil. Por isso, é de se admirar que a Globo tenha escolhido exibir simultaneamente, já no segundo semestre deste ano, duas novelas cujos protagonistas acabam indo parar em uma época diferente da sua.
Júlia (Isis Valverde), a heroína de “Espelho da Vida” – trama de Elizabeth Jhin que estreia em setembro, substituindo “Orgulho e Paixão” -, é uma atriz escalada para protagonizar um filme sobre o assassinato real de uma jovem, ocorrido 100 anos atrás numa cidadezinha do interior e nunca solucionado. Através de artifícios inesperados, que misturarão espiritualidade com princípios da física quântica, ela acaba sendo transportada para a época em que o crime ocorreu e tendo a chance de descobrir a identidade do criminoso – ou até mesmo, quem sabe, impedi-lo.
Porém, antes disso, em julho, o público começará a acompanhar em “O Tempo Não Para”, na faixa das 19h, as aventuras e desventuras de Marocas (Juliana Paiva), uma jovem que acaba congelada junto com seus pais, o rígido militar Sabino (Edson Celulari) e a recatada dona de casa Agostina (Rosi Campos), durante o naufrágio de um navio, em 1886. Após 132 anos, ela e sua família são descongelados graças ao aquecimento global e levam várias surpresas ao se deparar com o mundo moderno.
Embora, no caso da substituta de “Deus Salve o Rei”, trate-se de uma viagem no tempo apenas “simbólica”, é interessante notar que a Globo tenha decidido exibir simultaneamente dois folhetins que apelam para a ficção científica após o fracasso de boa parte das novelas que tentaram enveredar pelo gênero – “Além do Horizonte” (2013), “Tempos Modernos” (2010) e “Morde e Assopra” (2011) são apenas alguns exemplos.
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