O Jornal Nacional voltou a comentar a agressão sofrida pelo correspondente Leonardo Monteiro, da Globo, e por jornalistas de outros veículos, durante um passeio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em Roma. Nesta terça-feira (2), a emissora revelou que tomou uma atitude sobre o caso.
VEJA ESSA
O canal carioca contratou serviços jurídicos na Itália para acompanhar o caso e também apurar a agressão sofrida pelo seu profissional.
“No dia da agressão aos jornalistas, a Globo e outros veículos, além de entidades de classe, divulgaram nota de repúdio às agressões, exigindo a apuração dos fatos. A Globo contratou serviços jurídicos na Itália para que o caso seja acompanhado”, anunciou o âncora Hélter Duarte.
Ontem, o JN exibiu uma reportagem sobre o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, promovido pela ONU. Em entrevista, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou que “no ano passado, de acordo com a Unesco, 62 jornalistas foram mortos apenas por fazerem seu trabalho”.
Ele ainda ressaltou: “Quando o acesso à informação é ameaçado, uma mensagem perturbadora mina a democracia e o Estado de Direito”.
Ao Jornal Nacional, a relatora especial da ONU sobre liberdade de opinião e expressão, Irene Khan, comentou a agressão sofrida por Leonardo Monteiro.
Ela afirmou que “há uma responsabilidade particular do presidente do Brasil em defender os direitos humanos internacionais. É muito importante que ele envie uma mensagem positiva sobre a proteção de jornalistas, sobre como lidar com a impunidade e não incentivá-la”.
Editorial firme
Logo depois da agressão ao correspondente, a emissora emitiu um comunicado em que responsabiliza o “capitão” pelas agressões contra os repórteres. “Quem contratou os seguranças?”, questiona a Globo.
“Quem deu a eles a orientação para afastar jornalistas com o uso da força? Os responsáveis serão punidos? A Globo está buscando informações sobre os procedimentos necessários para solicitar uma investigação às autoridades italianas”, garante.
Na nota, a emissora chega ao entendimento que “a retórica beligerante do presidente Jair Bolsonaro contra jornalistas” está na raiz “desse tipo de ataque”, mas explana que “essa retórica não impedirá o trabalho legítimo da imprensa”.
“Perguntas continuarão a ser feitas, os atos do presidente continuarão a ser acompanhados e registrados. É o dever do jornalismo profissional. Mas essa retórica pode ter consequências ainda mais graves. E o responsável será o presidente”, reafirma.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]