A Globo, via Jornal Nacional, e a Record, via Jornal da Record, apostaram na repercussão do tarifaço do presidente Donald Trump e conseguiram aspas históricas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Jornal da Record foi o primeiro a exibir a entrevista com o líder do País. Christina Lemos conduziu a conversa e abriu espaço para Lula falar sobre a ação de Trump:
“Eu achei que a carta do presidente Trump era um material apócrifo, porque não é costume você ficar mandando correspondência para outro presidente através do site do presidente da República”.
O político brasileiro pontuou que “a primeira coisa que o povo brasileiro precisa saber é que quem tem que respeitar o Brasil e gostar do Brasil são os brasileiros”, e acrescentou: “E, ao mesmo tempo, exigir que os outros nos respeitem”.
Lula enfatizou que Trump desconhece o Brasil e sua parceria com os EUA: “[São] 201 anos de relação diplomática com os EUA, uma relação virtuosa, de benefício mútuo. Eu me dei bem com todos os presidentes americanos, porque o Brasil é um país de diálogo”.
Lula no Jornal Nacional
Após a Record, a Globo colocou no ar uma conversa aberta entre a repórter Delis Ortiz e Lula. Além de repetir o que disse anteriormente para o Jornal da Record, o presidente mencionou Jair Bolsonaro.
O atual mandatário do País definiu a carta que recebeu de Donald Trump como um desaforo. “Não dá para aceitar, é um cidadão, presidente de um país importante como os Estados Unidos, conversar uma carta para mim, mandada pelo um site, avocando o fim da caça às bruxas a um ex-presidente que tentou dar um golpe nesse país”, declarou.
Lula alertou no Jornal Nacional que Bolsonaro não tentou apenas dar um golpe, mas preparar a morte dele, de Alexandre de Moraes e de Geraldo Alckmin, e recordou:
“E não é ninguém da oposição que está falando. São os militares que estavam com ele. É o ajudante de ordem dele que recebia as informações deles. Agora, quem vai ser julgado não é o cidadão Bolsonaro. Quem vai ser julgado é os autos do processo. Se ele tiver razão, será absolvido. Se ele não tiver razão, ele será condenado. E se condenado, vai ser preso”.
O veterano da política ressaltou que “é assim que funciona a Justiça no Brasil”, e finalizou: “E assim eu espero que funcione nos Estados Unidos. Se tivesse o Capitólio aqui e o Bolsonaro tivesse feito o que fez com o Trump nos Estados Unidos, ele também estaria sendo julgado. Porque a lei aqui no Brasil é para todos de verdade. Doa a quem doer”.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].