Globoplay produzirá série sobre assassinato de Ângela Diniz

Ângela Diniz

Globoplay produz série, em parceria com A Fábrica, sobre assassinato de Ângela Diniz; crime causou discussão sobre feminicídio nos anos 1970 (Imagem: Reprodução / GloboNews)

O Globoplay e a produtora A Fábrica respondem pela produção de uma série original sobre a socialite mineira Ângela Diniz, assassinada pelo companheiro Doca Street em 1976. O crime passional – que hoje pode ser considerado feminicídio – abalou o Brasil e desencadeou protestos de movimentos feministas, após a sentença branda dada ao réu em seu primeiro julgamento.

Segundo informações do jornalista Ancelmo Gois, a trama abordará o crime, o controverso processo de julgamento e o início do feminismo moderno no Brasil. O texto está a cargo de João Ximenes Braga, autor das novelas Lado a Lado (2012, com Cláudia Lage) e Babilônia (2015, com Gilberto Braga e Ricardo Linhares). Bruno Barreto, de filmes como Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976) e O Que é Isso, Companheiro? (1997), responde pela direção.

Nascida em Belo Horizonte, no ano de 1944, Ângela Diniz casou-se aos 17 anos com um engenheiro que lhe deu três filhos. Conhecida nas colunas sociais como “a Pantera de Minas” – termo associado, nas décadas de 1960 e 1970, às mulheres belas e empoderadas –, Ângela envolveu-se com o playboy Doca Street. O caso, marcado por crises de ciúme e violência, culminou com três disparos no rosto e um na nuca da socialite.

Sob os argumentos de legítima defesa da honra – atribuindo a culpa do crime à vítima – e de que “matou por amor”, Doca, mesmo condenado a um ano e meio de prisão, acabou em liberdade por direito ao sursis – suspensão condicionada a casos de bom comportamento ou ausência de antecedentes criminais. A sentença desencadeou um movimento de mulheres marcado pela frase “quem ama não mata”.

O assassino foi então submetido a novo julgamento, condenado a 15 anos de prisão.

“Quem ama não mata” acabou servindo de título para uma minissérie da Globo, lançada em 1982 e centrada em discussões sobre casamento, fidelidade e violência doméstica. Em 2003, o segmento Justiça do programa Linha Direta levou ao ar uma dramatização do caso, com Adriana Londoño e Alexandre Schumacher como Ângela Diniz e Doca Street.

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