A conclusão do relatório que investiga o acidente de helicóptero que matou Ricardo Boechat, em fevereiro do ano passado, apontou falta de manutenção como responsável para a queda da aeronave. O trágico episódio aconteceu na rodovia Anhanguera, em São Paulo. Além do jornalista, o piloto Ronaldo Quattrucci também faleceu no momento da queda.
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A informação foi confirmada pelo repórter Valteno de Oliveira, da Band, nesta quinta-feira (29). O laudo final do Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) da Força Aérea Brasileira (FAB) mostrou que houve uma falha no compressor do helicóptero. A investigação também considerou que a postura do piloto foi determinante para o acidente.
O compressor é considerado um dos itens mais importantes para o funcionamento da turbina. O equipamento é responsável para pressurizar o ar para jogar na câmara, onde ocorre a queima de combustível.
O relatório do Cenipa apontou que o segundo rolamento do compressor falhou devido a quantidade excessiva de óleo presente no duto de distribuição que estava entupido no momento do voo. As condições acabaram contribuindo para uma falha do motor.
A falta de manutenção demonstrou que a aeronave não passava por uma vistoria há mais de um ano. A recomendação era de que a troca de óleo fosse feita uma vez ao ano, mas a perícia indicou que a mesma não deveria ter sido feita há pelo menos 38 meses (3 anos e dois meses).
Em 2017, a propósito, o helicóptero chegou a ser proibido de voar. O exame atestou que o compressor estava vencido. A peça, então, foi trocada para que a aeronave fosse liberada para o voo. Entretanto, cerca de dois meses do resultado da vistoria, o mesmo compressor que teria sido rejeitado foi reacoplado no veículo e o piloto seguiu utilizando mesmo com todos os riscos.
O documento aponta negligência de Quattrucci, que teria ido a uma oficina, próxima a Campinas, no dia do acidente, após ver uma luz piscando no painel, que indica uma falha. O diagnóstico feito pelos mecânicos seria que o helicóptero deveria ser desmontado.
Apesar disso, o piloto assumiu os riscos mais uma vez e voou até o evento de um grupo farmacêutico, em um hotel em Campinas, no qual Boechat estava presente. O ato foi considerado um procedimento arriscado.
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