Iza, Rafael Zulu e mais artistas defendem Beyoncé de crítica de colunista

Iza, Beyoncé e Rafael Zulu

Iza, Rafael Zulu e mais artistas negros defendem Beyoncé da crítica de historiadora (Imagens: Reprodução – Instagram / Montagem – RD1)

Beyoncé lançou um novo filme, disponível no Disney Plus, chamado Black Is King. A historiadora Lilia Moritz Schwarcz, colunista da Folha de São Paulo, fez uma contundente crítica, que acabou desagradando artistas como Iza e Rafael Zulu.

O videoclipe em questão foi divulgado no fim de julho e trazia detalhes do longa, com muitas cenas étnicas e afins. Lilia, no entanto, se opôs ao jeito em que a americana exaltou suas origens: “Filme de Beyoncé erra ao glamorizar negritude com estampa de oncinha. Diva pop precisa entender que a luta antirracista não se faz só com pompa, artifício hollywoodiano, brilho e cristal. Muito figurino de oncinha e leopardo, brilho e cristal. É hora de Beyoncé sair um pouco da sua sala de jantar“.

Vale citar que a inspiração do trabalho foi a trilha sonora — que ganhou um álbum — do live action de Rei Leão, em que a cantora americana dubla Nala, uma das principais personagens. Iza, que deu a voz à mesma personagem no Brasil, usou o Instagram no domingo (2) para criticar o posicionamento anterior: “Lilia Schwarcz, meu anjo, quem precisa entender sou eu. Eu preciso entender que privilégio é esse que te faz pensar que você tem alguma autoridade para ensinar uma mulher negra como ela deve ou não falar sobre o seu povo. Se eu fosse você (valeu Deus) estaria com vergonha agora. Melhore“.

Maíra Azevedo, conhecida pela alcunha de Tia Má, também reprovou o que leu: “O erro é uma mulher branca acreditar que pode dizer a uma mulher preta como ela pode contar a história e narrar a sua ancestralidade. A branquitude acostumou a ter a negritude como objeto de estudo e segue crendo que pode nos dizer o que falar sobre nossas narrativas e trajetórias“.

No campo de comentários, dessa mesma publicação, o ator Rafael Zulu complementou: “Eles NUNCA vão se acostumar. Pois eles que lutem, porque a gente chegou e do topo não vamos sair nunca mais“. A cantora Paula Lima concordou e também alfinetou Lilia: “Beyoncé incomoda, né? Por que será?! Ser rainha, preta e dona do mundo deve doer demais para ‘pessoas’ desavisadas. Que feio. Salve Queen B“. No mesmo teor, a rapper Drik Barbosa continuou: “Que raiva! Os incomodados que se mudem de planeta”.

Depois da repercussão, Lilia veio a público emitir um comunicado esclarecedor: “Agradeço a todos os comentários e sugestões. Sempre. Gostaria de esclarecer que gostei demais do trabalho de Beyoncé. Penso que faz parte da democracia discordar. Faz parte da democracia inclusive apresentar com respeito argumentos discordantes. Já escrevi artigo super elogioso à Beyoncé, nesse mesmo jornal o que só mostra meu respeito pela artista. E por respeitar, me permiti comentar um aspecto e não o vídeo todo. Agradeço demais a leitura completa do ensaio. Penso que o título também levou a má compreensão. Dito isso, sei que todo texto pode ter várias interpretações e me desculpo diante das pessoas que ofendi. Não foi minha intenção. Continuamos no diálogo que nos une por aqui“.

Confira:

 

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O erro é uma mulher branca acreditar que pode dizer a uma mulher preta como ela pode contar a história e narrar a sua ancestralidade. A branquitude acostumou a ter a negritude como objeto de estudo e segue crendo que pode nos dizer o que falar sobre nossas narrativas e trajetórias. Lilia é uma historiadora, pesquisa sobre escravidão,?mas está longe de sentir na pele o que é ser uma mulher preta. @beyonce do alto da sua realeza no mundo pop nunca deixar de ser negra, mesmo sentada no trono em sua sala de estar. A branquitude segue acreditando que pode nos ensinar a contar nossa própria história. Enquanto todas as pessoas negras se emocionam, se reconhecem e se identificam, a branca aliada diz que #beyonce deixa a desejar! É isso! No final nós por nós e falando por nós! Como diz um provérbio africano: “enquanto os leões não contarem suas próprias histórias, os caçadores seguirão sendo vistos como heróis”… E aqui, quando a gente conta, dramatiza e sonoriza querem apontar o roteiro! Parem! Estamos no comando das nossas narrativas! #povopreto #amor #raizes #ancestralidade #blackisking #bey #beyoncè

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Agradeço a todos os comentários e sugestões. Sempre. Gostaria de esclarecer que gostei demais do trabalho de Beyoncé. Penso que faz parte da democracia discordar. Faz parte da democracia inclusive apresentar com respeito argumentos discordantes. Já escrevi artigo super elogioso à Beyoncé, nesse mesmo jornal o que só mostra meu respeito pela artista. E por respeitar, me permiti comentar um aspecto e não o vídeo todo. Agradeço demais a leitura completa do ensaio. Penso que o título também levou a má compreensão. Dito isso, sei que todo texto pode ter várias interpretações e me desculpo diante das pessoas que ofendi. Não foi minha intenção. Continuamos no diálogo que nos une por aqui.

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Matheus Henrique Menezes
Escrito por

Matheus Henrique Menezes

Oficialmente redator desde 2017. Experiências como editor e social media. Já escrevi sobre famosos, TV, novelas, música, reality show, política e pauta LGBTQIA+. Vídeos complementares no YouTube, no canal Benzatheus.