JN chama Regina Duarte de ex-atriz e cita Edir Macedo

Regina Duarte

Matéria do Jornal Nacional tratou Regina Duarte como “ex-atriz”; secretária de Cultura enfrenta crise no governo Jair Bolsonaro (Imagem: Reprodução / Globo)

Em matéria de Delis Ortiz para o Jornal Nacional desta terça-feira (5), Regina Duarte foi chamada de “ex-atriz”. Regina, que deixou a Globo após mais de 50 anos de contrato, está no centro da nova polêmica do governo Jair Bolsonaro: titular da Secretaria Especial de Cultura, ela não foi consultada sobre a nomeação do maestro Dante Mantovani para a Funarte. Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus e da Record, também foi citado, por suposta interferência no governo federal.

A reportagem do JN focalizou a recondução de Dante à presidência da Funarte pouco mais de dois meses após a saída dele do mesmo cargo. A exoneração de Mantovani – que ganhou fama após o vídeo em que relaciona o rock a drogas, aborto e satanismo – foi publicada no mesmo edital que trazia a chegada de Regina à Secretaria de Cultura. Além do maestro, Luciano da Silva Barbosa Querido, ex-auxiliar de Carlos Bolsonaro, também foi nomeado hoje, sem que Regina soubesse.

O Jornal Nacional trouxe então um áudio divulgado pela revista Crusoé, no qual Regina Duarte reage desconcertada durante conversa com uma assessora sobre o episódio. A gravação cita Macedo. “ O Edir Macedo indicou para ele [Bolsonaro] um sujeito chamado Igor”, diz a assessora. “Então, assim, eles estão decidindo… Tá decidido […] Que loucura isso, que loucura. Eu acho que ele tá me dispensando”, responde Duarte.

O noticiário da Globo resgatou então uma fala de Jair Bolsonaro sobre a secretária de Cultura. Antes do comentário dele, realizado no último dia 28, Delis Ortiz disse, em off: “Semana passada, ao ser questionado se a ex-atriz sairia do governo…”.

Regina Duarte foi estrela de produções como Selva de Pedra (1972), Malu Mulher (1979), Roque Santeiro (1985), Vale Tudo (1988), Rainha da Sucata (1990) e Por Amor (1997). Abriu mão do compromisso de longo prazo com a Globo para aceitar o convite para a Secretaria Especial de Cultura. Ela vem sofrendo, desde antes de sua chegada ao posto, represálias da ala conservadora do governo Bolsonaro, por conta de um suposto “viés de esquerda”.

Edir Macedo, por sua vez, é aliado do ainda presidente desde a campanha eleitoral. A Record, de propriedade do bispo, costuma agir com complacência diante dos escândalos do governo, bem como possui predileção de Bolsonaro em entrevistas e afins.

Duh Secco
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Duh Secco

Duh Secco é  "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.