João Emanuel Carneiro admitiu em entrevista ao Conversa com Bial, de sexta-feira (16), que errou ao ter escalado poucos atores negros para Segundo Sol. A novela exibida em 2018 se passava em Salvador, na Bahia, maior população negra fora da África.
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A falta de representatividade acabou gerando uma notificação do Ministério Público do Trabalho da Bahia. “Eu acho que tá certo [a notificação]. Tem que dar voz aos negros, fazer a novela com mais atores negros. E nesse evento aí, nessa ocasião do Ministério Público no ‘Segundo Sol’, eu aprendi. Acho que foi uma lição pra mim. Eu penso em fazer novelas diferentes também“, afirmou ele a Pedro Bial.
Na época, a “Bahia branca” de Segundo Sol foi criticada e chegou a virar motivo de piada nas redes sociais. Após a notificação do MPT, atores negros foram escalados tanto para papéis principais e secundários, além de figurantes que passaram a ser escalados de modo mais recorrente.
A notificação veio antes mesmo da estreia de Segundo Sol; o Ministério Público do Trabalho da Bahia (MPT-BA) acionou a Globo pela falta de representatividade de negros no folhetim. A história se passava no estado e acompanhava a trajetória de Beto Falcão (Emílio Dantas), um cantor de axé que foi dado como morto após sofrer um acidente de avião.
Além do protagonista, todos os personagens principais baianos – Luzia (Giovanna Antonelli), Karola (Deborah Secco), Laureta (Adriana Esteves) e Remy (Vladimir Brichta) -, também foram vividos por atores brancos.
O documento do MPT expedido pela Coordenadora Nacional de Combate à Discriminação no Trabalho, Valdirene Silva, sugeria ainda 14 medidas que a emissora poderia adotar para promover maior inclusão de atores negros na produção.
