Jornal Nacional não cita início de novo tratamento contra o COVID-19 no Brasil

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Jornal Nacional não falou sobre esperança de cura do COVID-19 (Imagem: Divulgação / Globo)

Com o tema da pandemia global causada pelo Coronavírus dominando todas as manchetes, o Jornal Nacional da última quarta-feira (25) se estendeu ao longo de mais de uma hora.

O pronunciamento oficial de Jair Bolsonaro foi o tema central do telejornal, que exibiu críticas feitas ao presidente por parte de governadores, parlamentares e membros da comunidade médica que discordam das orientações contrárias ao lockdown (fechamento de todos os estabelecimentos e imposição de isolamento social a todos os setores da sociedade).

Adotando um tom assumidamente hostil ao Governo, o JN não aproveitou parte de sua duração estendida para noticiar o fato que o Ministério da Saúde considerou como o mais importante do dia: a autorização do uso de Cloroquina – medicamento originalmente prescrito para pacientes com malária – no tratamento dos casos mais graves de Coronavírus no Brasil.

De acordo com o ministro Luiz Henrique Mandetta, o uso do medicamento poderá ser prescrito por até cinco dias e, embora médicos ao redor do planeta não sejam unânimes em relação à efetividade da Cloroquina, a substância é apontada como a possível “cura do Coronavírus” e tem sido utilizada com relativo sucesso em outros países.

A omissão do Jornal Nacional pode ser encarada como mais um capítulo da guerra declarada entre Bolsonaro e o jornalismo da Globo, que passou a aconselhar o público a adotar medidas diametralmente opostas às indicadas pelo presidente em seu pronunciamento.

Ignorada por William Bonner e Renata Vasconcellos, a Cloroquina recebeu amplo destaque nos noticiários da Record, da CNN e até mesmo da GloboNews. Ao contrário do Jornal Nacional, portais do Grupo Globo também relataram a boa notícia para os acometidos pelo COVID-19 no país.

A Cloroquina é apontada por analistas como o possível “trunfo” do Ministério da Saúde na batalha contra o Coronavírus, e a cobertura dada pela mídia à eficácia (ou não) do uso do medicamento no Brasil pode ser determinante para o grau de aceitação do mesmo diante do público.

Por ora, esperar é o que resta a todos os envolvidos neste imbróglio que, além do dano incalculável de vidas perdidas, tem dividido opiniões em todos os setores da sociedade.

Da Redação
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