A Globo foi censurada pela Justiça na tarde da última sexta-feira (4), após uma ação dos advogados do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do Presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido), envolvendo a investigação do escândalo das rachadinhas na Alerj.
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Os representantes da defesa do parlamentar, os advogados Rodrigo Roca e Luciana Pires, entraram com uma ação na 33ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio e conseguiram uma tutela provisória, proibindo a Globo de expor qualquer documento ou peça do processo referente à investigação sobre o esquema de rachadinhas. A ação corre em sigilo. A decisão é da juíza Cristina Serra Feijó. As informações são da revista Veja.
Em nota, a Associação Nacional de Jornais (ANJ) criticou a decisão. “Qualquer tipo de censura é terminantemente vedada pela Constituição e, além de atentar contra a liberdade de imprensa, cerceia o direito da sociedade de ser livremente informada. Isso é ainda mais grave quando se tratam de informações de evidente interesse público. A ANJ espera que a decisão inconstitucional da juíza seja logo revogada pelo próprio Poder Judiciário“, alertou.
O presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Paulo Jeronimo, repudiou em nota a censura da magistrada. “Parece estar se tornando praxe no país a censura à imprensa, tal como existia no tempo da ditadura militar e do AI-5“, acusou.
Para os promotores que apuram o caso, Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio na Alerj, era o operador do esquema que também praticava lavagem de dinheiro por meio de imóveis e da loja de chocolates do filho do presidente. Queiroz recebeu mais de 483 depósitos de outros assessores do gabinete. Os desdobramentos do caso eram repercutidos no Jornal Nacional, de Renata Vasconcellos e William Bonner.
