Anos se passaram, mas a lembrança do início da carreira de Letícia Sabatella na televisão continua fresca na memória da atriz. Em uma postagem no Instagram, a artista contou sobre sua estreia em novelas há 29 anos, quando tinha apenas 20, e fez sucesso em O Dono do Mundo, escrita por Gilberto Braga.
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“Eu ‘estourei’ aí. Culpa do Gilberto Braga e seu texto maravilhoso (a delicadeza comigo), Dennis Carvalho (magistral ), Ricardo Waddington (como me surpreendia a sagacidade desse rapaz na época), Maurinho Mendonça (esse outro grande), uma turma de ídolos, ícones no elenco“, iniciou a atriz, que postou um trecho do folhetim.
“A mais linda chefe de turma (animadora , estimuladora, divertida) Malu Mader, Betty Gofman, era a minha irmã, me levou pra conhecer vários lugares do Rio, me acalmou, me fez sentir à vontade. E tinha Rodrigo Mendonça, Cláudio Corrêa e Castro, meu grande amigo e mestre conselheiro, Stênio Garcia, Calloni ( meu amado), e tinha Fernanda Montenegro, nas melhores cenas, óbvio“, recordou Sabatella.
“E Glória Pires, impecável sempre, até a Cleo, menina mais linda, cheia de covinhas, aparecia por lá. Otávio Müller, Fernanda Young (parceira de cenário)… Meu querido Marcelo Serrado ( lindinho), sempre ultra gentil e talentoso ao piano nas cenas, Antônio Grassi, superquerido”, completou.
“Não fosse a insistência do gênio Daniel Filho… Até o mestre Luiz Fernando Carvalho apareceu para me convencer a fazer a novela. Eu não queria, não. Não me achava preparada. Queria terminar a faculdade. Fiz dois anos de Artes Cênicas, um ano de Filosofia. Deixei a banda Tuba Intimista, o Coral Sinfônico do Paraná, as faculdades, o Coro Cênico Abominável Sebastião das Neves, o balé, os estudos de Shakespeare com o adorado Marcelo Marchioro, as tardes com a minha vó, tudo que me formava ainda. Prometendo que voltava pra continuar. Não consegui mais voltar”, disse Letícia, contando o que deixou para trás.
Na sequência, a atriz ainda falou sobre a união com Angelo Antônio: “A janela que se abriu me deu asas incríveis. Eu me refugiei em um casamento que se tornou pouco saudável em pouco tempo. Ficou bem difícil conciliar. A saudade doía e eu não sabia mais como administrar as vontades equilibradamente. A vontade do outro imperava 24 horas por dia”.
“Meu altruísmo também soube me ferir pela minha vulnerável insegurança . A gente não tinha nomes para muitas coisas. Hoje posso enxergar a minha ingenuidade e perdoá-la por um buraco que habita no meu peito, um ferimento que me carrega de sensível compaixão e empatia por meninas sonhadoras como eu”, finalizou.
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