Infelizmente vítima muitas vezes de racismo nas redes sociais, Ludmilla fez um desabafo em uma entrevista com a Veja Rio. Acostumada a dividir seu dia a dia com os seguidores do Instagram, os casos de preconceito fizeram com que a cantora diminuísse a exposição de sua vida na web.
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“A discriminação aumentou com a fama. Através da música, conquistei um espaço que é, ao mesmo tempo, maravilhoso e problemático. Muita gente não aceita que uma mulher negra e pobre chegue a um lugar de destaque”, pontuou a funkeira.
“Aprendi a duras penas ser mais reservada, a não expor o cotidiano da minha família. Até uns anos atrás, eu mostrava minha vida toda ali. Agora, pensando na minha saúde mental, exponho o mínimo possível“, afirmou.
Na sequência, Ludmilla ainda refletiu: “A sensação é de que eu tenho que ser três vezes melhor que uma pessoa branca para ter meu talento reconhecido. É uma realidade bem triste, mas a minha arma é o microfone. Já vi gente que me xinga no Instagram, mas grava vídeo dançando minha música”.
A artista explicou que acredita que um certo controle em relação aos usuários poderia deixar as redes sociais um local mais seguro. “As redes se tornaram uma terra de ninguém, um prato cheio. Qualquer um pode comprar um chip de R$ 5, criar um perfil falso e sair destilando ódio”, disse.
“Na hora de criá-lo, deveria ser obrigatório, por exemplo, cadastrar o CPF. Muita gente deixa de cometer crimes porque sabe que pode ser preso. Já internet, quem ataca os outros tem certeza de que seguirá impune”, afirmou a famosa.
Vale lembrar que não são os casos de racismo contra ela que Ludmilla presta atenção. Em abril, a funkeira desabafou ao ver ataques contra Nicole, uma adolescente de 15 anos, e também contra Vitória, filha de Pocah, de 5 aninhos.
“Procuro aumentar a voz de pessoas que, assim como eu, sofrem ou já sofreram racismo, porque eu sei o quanto dói e o quanto é injusto. Muitas das vezes essas pessoas não conseguem gritar pra todo mundo ouvir. E das coisas que eu conquistei, saber que posso fazer isso é um orgulho danado”, disse.
“Sei também a dor que é quando praticam esse crime contra a gente e ele fica impune. É covardia demais com uma criança e com uma adolescente. Por isso, sempre que puder, vou colocar holofotes nas ‘Toyas’ e ‘Nicoles’ desse mundo, porque quero viver em um lugar melhor e deixar um legado de luta para os meus”, concluiu.
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