Lula fez duras críticas a Jair Bolsonaro, ao vazamento de conversas entre o atual ministro da Justiça Sergio Moro com o coordenador da Lava Jato Deltan Dallagnol, à Globo e até sobre o caso em que Neymar Jr foi acusado de estupro.
Contra Bolsonaro, o petista destacou que “o país pariu essa coisa chamada Bolsonaro”, como resultado da sua ausência nas últimas duas eleições. Na ocasião, Lula lembrou da facada que vitimou o atual presidente, durante uma passeata em Juiz de Fora (MG), durante a corrida presidencial.
De acordo com Lula, “aquela facada tem uma coisa muito estranha, uma facada que não aparece sangue, que o cara é protegido pelos seguranças do Bolsonaro”, argumentou aos jornalistas Juca Kfouri e da José Trajano da TVT. O político preso respondeu sobre o resultado das eleições a favor de Bolsonaro como forma de vingança contra o PT. “Alguém que se sentiu traído pelo PT não poderia ter votado no Bolsonaro. Se o cara se sentiu traído, poderia ter votado em coisa melhor, o Boulos foi candidato, o Ciro, embora não mereça porque é muito grosseiro, foi candidato”, disparou.
Lula se manifestou sobre a divulgação das conversas entre Sergio Moro e o procurador da República Deltan Dallagnol. Para Lula, “a verdade à sociedade brasileira” surgiu com as publicações, mas não se arriscou sobre as possíveis consequências das revelações. “Estou ficando feliz com o fato de que o país finalmente vai conhecer a verdade”, comemorou.
Em seguida, Lula destacou que sempre avisou que “Moro é mentiroso” e estava “condenado a condená-lo”. Sobre Deltan, opinou que “ele deveria ter sido preso ali”, lembrando o momento que Dallagnol disse que não tinha provas, mas tinha convicção. “Pode pegar a turma da força-tarefa, o Moro, enfiar num liquidificador, e quando for tomar o suco, não dá a honestidade do Lula”, apostou.
Lula voltou sobre a sua condenação e ressaltou que não se sujaria por causa de um apartamento que poderia ser comprado, em referência ao tríplex de Guarujá (SP), que o colocou na prisão em abril de 2018.
Na entrevista, Luiz Inácio citou a Globo pelo menos duas vezes, em relação ao caso Neymar e indiretamente a Regularização da Mídia. Para o veterano, a Globo se apressou e foi voraz para defender a inocência do atacante da seleção brasileira. “Eu não posso dizer que o Neymar tem culpa, e nem que a moça está mentindo”, reagiu. “A moça virou vagabunda antes de qualquer possibilidade”, completou.
Sobre a Regulamentação da Mídia, o ex-presidente não citou nomes, mas destacou nove famílias detentoras do poder da mídia no Brasil: “Esse país não pode ter os meios dominados por nove famílias. É preciso regular. A última regulação é de 1962, quando não se tinha nem telefone celular”. No momento, Lula criticou o atual governo. “Ele [Bolsonaro] conseguiu se vender para a sociedade enraivecida como antissistema. E a tendência é não dar certo”, observou.
Mesmo preso, o político entendeu que alguns brasileiros estão em situações piores que a dele. “Vi [pela televisão] pessoas invadindo caminhão de lixo para catar comida para comer. E nós tínhamos acabado com a fome”, lembrou. E avisou sobre a vontade de ser livre novamente: “Ver o meu Corinthians jogar, ver a minha família. Eu já falei pra todo mundo que, quando eu sair daqui, eu vou casar”.
Na conversa, o ex-sindicalista lembrou das indicações ao Supremo Tribunal Federal e alertou que não pediu contrapartidas nas nomeações. “Eles têm um bom currículo. Essas pessoas tiveram papel importante na questão da célula tronco, na reserva indígena, na união civil, nas cotas raciais. Então eu posso não concordar politicamente com algumas coisas”, destacou.
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