Demitido da Record há 1 ano, após ter vários dos seus projetos engavetados e se recusar a escrever novelas bíblicas, Marcílio Moraes admite que dificilmente voltará a trabalhar na TV aberta. Além de não se encaixar mais na dramaturgia atual da emissora dos bispos, o autor se sente desprezado pela Globo, onde trabalhou entre os anos 1985 e 2002.
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Em conversa com o escritor Silvio Cerceau em uma live promovida pela editora SC Literato no Instagram, Marcílio contou que não mantém uma relação agradável com sua antiga empresa, onde escreveu as novelas Mico Preto (1990) e Sonho Meu (1993) e colaborou com várias outras tramas importantes, a exemplo de Roque Santeiro (1985) e Mandala (1987), e por isso descarta um possível retorno.
“Eu ainda estou tentando me situar, eu tenho vários projetos, mas não consegui ainda me colocar [no mercado], entendeu? Na Globo eu não vou voltar lá. Eu tenho milhões de amigos lá, eles dizem que eles não gostam de mim. Isto não é dito, mas eu sei. As coisas não batem lá. Tem sua razão, porque eu já esculhambei muito a Globo também em entrevistas e eles não gostam de ser criticados. Mas fodam-se”, desabafou.
Em seus planos para o futuro, o autor contou que pretende se dedicar a projetos independentes e também descarta voltar a trabalhar na Record, emissora que durante 5 anos lhe deu total liberdade para produzir histórias consideradas inovadoras, como as novelas Essas Mulheres (2005), Vidas Opostas (2006) e a minissérie A Lei e o Crime (2009).
“Na Record não vou voltar, né? Vou voltar pro bispo? Não, né? Não é o meu caminho. Então estou escrevendo romances por aí até morrer, pronto”, disse, aos risos.
Daniel Ribeiro cobre televisão desde 2010. No RD1, ao longo de três passagens, já foi repórter e colunista. Especializado em fotografia, retorna ao site para assinar uma coluna que virou referência enquanto esteve à frente, a Curto-Circuito. Pode ser encontrado no Twitter através do @danielmiede ou no [email protected].