Márcio Canuto lembra reportagem icônica que quase lhe custou o emprego

Márcio Canuto

Márcio Canuto lembra situações inusitadas durante reportagens na Globo (Imagem: Reprodução/ Globo)

Recém aposentado da Globo, Márcio Canuto lembrou alguns dos momentos que viveu durante décadas que esteve à frente na reportagem, em entrevista ao programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, na segunda-feira (14). 

Famoso pelo seu jeito descolado, o repórter revelou que a decisão de parar partiu dele. “Sim, eu me aposentei. Estava cuidando da renovação de contrato. Meu contrato inclusive tinha sido estendido na Globo, quando no meio da conversa me caiu um raio: ‘Rapaz, está na hora de você dar uma parada, aproveitar isso’. Eu parei para pensar que estou cheio de energia aos 73 anos. São 57 anos acordando muito cedo. Eu passei 30 anos praticamente sem um dia de folga porque no domingo eu fazia futebol”, justificou ele.

Ele ainda fez um balanço sobre a sua carreira: “Eu diria que fui mais ou menos um Romário da vida. A chance apareceu e eu chutei para o gol. Até eu não sei direito, mas eu era diretor de jornalismo da TV Gazeta, do esporte… Ia ter um jogo entre Brasil e Irlanda do Norte, 1981. Era reinauguração do estádio Rei Pelé e a Globo ligou pedindo uma matéria. Não tinha ninguém para fazer. Era eu mesmo, ninguém me ensinou a pegar no microfone, eu era um observador. E fui fazer!” 

“Eu era um produto acabado, iniciado, ‘antipadrão’. Tudo e mais um pouco. Aí não daria para pegar um avião para São Paulo, Rio de Janeiro… Não daria para fazer um teste. Eu não teria chance nenhuma. Grande, careca, meio rouco! O que ajudou foi o estilo que fugia mesmo do comum. Texto diferente, passagem mais dinâmica! Não que eu seja lá essas coisas, mas ajudou bem!”, analisou o jornalista.

Canuto ainda lembrou os momentos que se eternizaram em todos estes anos de reportagem, como a matéria na qual acabou dando um tapa no rosto de um fã da Madonna que era entrevistado e que viralizou com a popularização da internet.

“Ele tinha contado essa história três vezes sem nenhum palavrão. Eu me senti traído. Quando eu fui ver a minha mão já tinha ido acompanhar o rosto dele… Foi o minuto mais demorado da minha vida. Eu não sabia se tinha perdido o emprego, se não… Eu tentei contornar a situação, mas não foi fácil”, confessou. 

“Pouco tempo depois me chamaram no ponto e mandaram eu me preparar para um link de quatro minutos… Fiquei aliviado, mas só me acalmei mesmo quando cheguei na redação e todo mundo me aplaudiu”, completou. 

Da Redação
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