Marcos Uchôa deixou a Globo no ano passado e, recentemente, anunciou sua filiação ao PSB e a sua intenção de se candidatar ao cargo de deputado federal. O jornalista esteve no Pânico, da Jovem Pan, nesta segunda-feira (18), e soltou o verbo contra quem diz que a emissora carioca é de “esquerda”.
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O famoso deu o seu ponto de vista e rebateu aqueles que acreditam o canal da família Marinho mantêm postura editorial atrelado politicamente à esquerda.
O veterano da comunicação ressaltou que, historicamente, os grandes conglomerados de mídia pertencem a grandes empresários, ou seja, àqueles mais ligados ao espectro neoliberal e da direita.
“A mídia é de esquerda? Vamos pensar o seguinte. Você tem uma televisão, uma rádio, um jornal, você tem muito dinheiro. É muito caro. Naturalmente, não só no Brasil, mas em qualquer lugar do mundo, a mídia sempre foi propriedade de pessoas de direita, que basicamente tinham direito. Você pode ter jornalistas na TV Globo, por exemplo, que são mais de esquerda. Pode ser”, comentou.
Marcos Uchôa, então, ressaltou: “Eu sou mais de esquerda, embora tenha trabalhado 34 anos lá fazendo meu jornalismo. Nas coisas mais cruciais, mais importantes, desde quando o Jornal Nacional é de esquerda? Desde quando a TV Globo é de esquerda. Chamar a TV Globo de esquerda ou o Jornal Nacional de esquerda é patético”.
Marcos Uchôa dá ponto de vista sobre momento do jornalismo
Ainda na atração, o famoso falou que um dos motivos que o fez deixar a Globo foi justamente a redução nos investimentos nas equipes de reportagens.
Ele disse que as empresas enviam cada vez menos jornalistas para grandes coberturas fora do país, o que ele atribui a redistribuição do dinheiro oriundo da publicidade para outros meios, principalmente a internet.
“Hoje em dia tem menos dinheiro. O que a gente vê na mídia de maneira geral é que antes o dinheiro da publicidade ia para uma mídia tradicional, hoje esse dinheiro está bem mais dividido por causa da internet. Acho muito bom isso para a democracia, mas de certa maneira enxugou o dinheiro de viagem para grandes coberturas”, declarou.
O famoso desabafou lembrando que foi a 115 países, onde cobriu oito guerras e tsunamis, por exemplo: “Hoje o repórter que entra no meio de comunicação tem menos chance de fazer isso, está muito mais local e, portanto, acho que o jornalismo como um todo abriu um flanco sobre a discussão sobre fake news”.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]