Em entrevista a Fernanda Souza, no “Vai Fernandinha”, do Multishow, Maria Rita contou que não foi fácil lidar com a perda da mãe, Elis Regina (1945-1982). Ela também falou sobre a carreira de cantora e o tempo que levou para decidir seguir o mesmo caminho que a mãe.
“A cabeça louca da criança que perde a mãe aos 4 anos não fica bem, fica zoada. Na minha cabeça, a culpa era minha”, revelou. “Com essa idade, não tinha maturidade para entender o que acontecia em volta”, disse.
“Eu digeri estranho, transformei mais estranho ainda e virei obcecada por estudos. Eu ia bem na escola para sumir, não queria dar trabalho. Sempre fui nerdzinha, meu pai me dava bronca, dizia: ‘vai brincar lá fora’“, recordou.
Maria Rita também lembrou como foi a decisão de seguir os passos da mãe na música. “Não queria colocar a cara porque tinha um pouco de consciência de que seria muito fácil por meus pais serem quem eram”, confidenciou.
“Eu tinha 19 anos, não tinha ido ainda para a faculdade, tinha tempo para matar. Meu pai [César Camargo Mariano] pegou o violão e disse que eu cantava no mesmo tom da minha mãe. Fechei o olho e cantei”, disse. “Chitão [zinho, da dupla com Xororó] chorava copiosamente. Fiquei rebelde, falei: ‘Ela morreu, não volta mais’. Senti como se estivessem emocionados com ela através de mim”, declarou.
Maria Rita admitiu que as comparações com a mãe foram complicadas no início. “Quero que se emocionem comigo, não porque fiz algo parecido com outra. Sofri a pancadaria logo que comecei a cantar, de imitar a mãe. Isso foi muito cruel“, desabafou.
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