Após dois anos de atraso, o filme Marighella, de Wagner Moura, se tornará uma minissérie na programação da Globo. Com Seu Jorge no papel-título, a produção será a grande estrela do cinema nacional a partir desta quarta-feira (3).
VEJA ESSA
Com selo Globo Filmes, o longa segue a cartilha de Alemão (2014), de José Eduardo Belmonte, e de O Auto da Compadecida (2000), de Guel Arraes. Segundo a jornalista Cristina Padiglione, do F5, a minissérie só será exibida um ano após a estreia nas telonas.
Wagner Moura esteve no Roda Viva, da TV Cultura, da última segunda-feira (1º), e fez comentários incisivos a respeito da dificuldade para o lançamento do longa. O título foi aplaudido no Festival de Cinema de Berlim em 2019.
A produção retrata a história de Carlos Marighella, um deputado cassado que se tornou guerrilheiro durante a ditadura militar.
Galã como racista
Nas gravações, o ator Bruno Gagliasso deu vida ao delegado Lúcio, principal perseguidor do personagem. No lançamento do filme em Lisboa, o galã comentou sobre detalhes da história e sua importância.
“As pessoas até hoje não sabem quem é ele. Um dos principais objetivos do filme é esse, informar e fazer com que as pessoas estudem. Não deixar nossa história apagar”, comentou.
“Interpretei um racista. Minha filha é negra, tinha acabado de chegar. Seu Jorge é meu amigo, disse coisas horrorosas a ele. Foi muito difícil, muito doloroso”, expôs.
“Sofri muito, mas sabia o quanto é importante este filme ser lançado no Brasil. Fiquei três meses em São Paulo, não levei minha família. Não queria fazer as coisas que estava fazendo em cena, chegar em casa e beijar minha filha. Mas tenho certeza que eles terão muito orgulho de mim”, desabafou.
Bruno ainda revelou que durante as filmagens a produção teve receio de que Lúcio acabasse sendo interpretado como o herói da história. “Olha a que ponto chegamos, o medo da equipe que meu personagem, aquele monstro, se tornasse herói para muita gente. O que é possível, né? O mito, Lúcio é o mito”, compartilhou.
