Mario Frias postou um vídeo nas redes sociais para novamente comentar a polêmica envolvendo o filme Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola (2017). Nesta terça-feira (15), o secretário de Cultura disse que “R$ 3 milhões de dinheiro público foram investidos para financiar apologia à pedofilia trasvestido de humor”.
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Baseado no livro homônimo de Danilo Gentili, a produção virou alvo de influenciadores bolsonaristas no fim de semana por uma piada em que Fabio Porchat interpreta um pedófilo e assedia dois alunos adolescentes.
Na gravação, Mario Frias faz referência ao “dinheiro público” por citar os recursos com os quais a produção foi contemplada, cerca de R$ 3,2 milhões por meio de leis de incentivo, como o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
Na legenda do vídeo, o secretário Especial da Cultura escreveu que “molestamento e pedofilia não é humor, não é piada e muito menos liberdade de expressão”.
O aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) declara que “os projetos são pactuados entre produtores e distribuidores com base nas regras de mercado, e os requisitos de análise são objetivos. Neste caso, foram investidos mais de R$ 3 milhões. Esperava-se uma comédia para crianças e adolescentes, e não foi o que aconteceu”.
O secretário acusou os produtores de, “sob o argumento de piada e humor”, exporem “diretamente atores menores de idade, crianças”. Frias faz ainda uma referência a Fábio Porchat, que explicou, em sua resposta às críticas, como funciona uma obra de ficção:
“O Marlon Brando interpretou o papel de um mafioso italiano que mandava assassinar pessoas. A Renata Sorah roubou uma criança da maternidade e empurrava pessoas da escada. Mas era tudo mentira, tá gente? Essas pessoas na vida real não são assim”.
O secretário rebateu no vídeo: “Porchat, não é normal. Molestamento e pedofilia não é normal. Não é retrato da vida, é crime. E mais: colocar crianças na cena e fazer graça pra outras crianças assistirem é indecente”.
Danilo Gentili acusa governo Bolsonaro
No Morning Show, da Jovem Pan, o humorista declarou: “É uma coisa que eu passo desde o governo anterior, mas acho que as coisas até regrediram um pouco. Antes se perguntava qual é o limite do humor, agora é ‘qual é o limite da ficção?’. Qual vai ser a próxima pergunta a ser feita?”.
“Tenho meus palpites porque isso está acontecendo. É ano de eleição, existe sim uma coordenação. Foi editado, nem a cena completa está lá. É uma coisa que na verdade o filme está criticando. Quando se tem uma pessoa independente, que não faz parte de panela, essa panela se volta contra a pessoa. Já faz tempo que pedem a cabeça do meu emprego. Não acharam nada contra mim, pegaram um filme de 2017″, desabafou.
O famoso ainda ressaltou que o filme foi liberado pelos órgãos avaliadores da classificação indicativa nos últimos anos.
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Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]