O Ministério da Justiça, por meio da Secretaria Nacional de Justiça, publicou em Diário oficial, nesta quarta-feira (16) uma medida para alterar a classificação indicativa de Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola, com Danilo Gentili e Fábio Porchat.
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A partir de agora, o público do longa deixa de ser “a partir de 14 anos” para maiores de 18 anos. A nova classificação do filme vale para streamings, TV aberta e cinemas. Além disso, a decisão “recomenda” que a exibição em TV aberta do filme, lançado há cinco anos, seja após às 23h.
O Ministério justifica a medida tomada por “cenas de coação sexual/estupro, ato de pedofilia, e situação sexual complexa”. O despacho foi assinado pelo secretário Nacional de Justiça, Vicente Santini, que é amigo de Eduardo Bolsonaro.
A propósito, o Globoplay e o Telecine classificaram como censura a determinação do Governo Bolsonaro. A plataforma de streaming disse, em nota, que não irá retirar a obra de seu catálogo. A medida contraria a decisão estabelecida nesta terça-feira (15) para todas as empresas do ramo.
“O Globoplay e o Telecine estão atentos às críticas de indivíduos e famílias que consideraram inadequados ou de mau gosto trechos do filme ‘Como se tornar o pior aluno da escola’ mas entendem que a decisão administrativa do ministério da Justiça de mandar suspender a sua disponibilização é censura. A decisão ofende o princípio da liberdade de expressão, é inconstitucional e, portanto, não pode ser cumprida”, iniciou a nota.
O comunicado seguiu: “As plataformas respeitam todos os pontos de vista mas destacam que o consumo de conteúdo em um serviço de streaming é, sobretudo, uma decisão do assinante – e cabe a cada família decidir o que deve ou não assistir”.
Danilo Gentili acusa governo Bolsonaro
Gentili voltou a comentar sobre a acusação de apologia à pedofilia ao seu filme Como Se Tornar o Pior Aluno da Escola, presente na Netflix e outras plataformas de streaming. O apresentador afirmou que é criticado por não fazer parte de panelas políticas.
No Morning Show, da Jovem Pan, o humorista declarou: “É uma coisa que eu passo desde o governo anterior, mas acho que as coisas até regrediram um pouco. Antes se perguntava qual é o limite do humor, agora é ‘qual é o limite da ficção?’. Qual vai ser a próxima pergunta a ser feita?”.
“Tenho meus palpites porque isso está acontecendo. É ano de eleição, existe sim uma coordenação. Foi editado, nem a cena completa está lá. É uma coisa que na verdade o filme está criticando. Quando se tem uma pessoa independente, que não faz parte de panela, essa panela se volta contra a pessoa. Já faz tempo que pedem a cabeça do meu emprego. Não acharam nada contra mim, pegaram um filme de 2017″, desabafou.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]