Morreu nesta quinta-feira, 16 de maio, em São Paulo, Silvio Luiz, um dos maiores narradores do país, aos 89 anos, em decorrência de falência múltipla dos órgãos.
O jornalista era casado com a cantora Márcia desde 1989 e deixa três filhos: Alexandre, Andréa e André. A morte ocorre pouco mais de um mês após o mal-estar dele durante uma transmissão na Record.
Silvio Luiz Peres Machado de Souza nasceu em 1934, em São Paulo. A carreira na comunicação foi graças a Verinha Dercy, sua irmã e ex-atriz, morta aos 32 anos vítima de feminicídio.
Narrador talentoso, o veterano participou de duas novelas, Éramos Seis e Cela da Morte, ao lado da irmã. Antes da locução esportiva, Silvio foi árbitro de futebol entre 1960 e 1970, diretor da Record e funcionário de outros canais, como SBT, TV Paulista (atual Globo), TV Excelsior e rádio Bandeirantes.
Responsável por diversas Copas do Mundo, Silvio Luiz deu vida a muitos bordões, como “está valendo”, “acerta o seu daí que eu arredondo o meu daqui”, “olho no lance, ééé”, “confira comigo no replay” e “pelas barbas do profeta”.
Silvio também deu o nome quando soltou “o que eu vou dizer lá em casa?”, “pelo amor dos meus filhinhos”, “balançou o capim no fundo do gol” e “foi, foi, foi, foi ele! O craque da camisa número…”.
Record emite nota e lamenta a morte de Silvio Luiz
Nesta manhã, a Record emitiu um comunicado e anunciou que “é com profundo pesar que recebe a notícia do falecimento, aos 89 anos, do locutor esportivo Silvio Luiz”.
A emissora destacou Silvio como uma “figura icônica no jornalismo esportivo”, levando a marca de ser “o primeiro repórter de campo da TV brasileira e esteve na primeira transmissão interestadual entre a TV Rio e TV Record de São Paulo, em 1956, num jogo no Maracanã, entre Brasil e Itália”.
A Record lembrou da participação de Silvio Luiz em alguns programas da casa, como Quem Tem Medo da Verdade, Sportvisão, Clube dos Esportistas, Risos e Melodias, Astros do Disco, Festivais de MPB e Record nos Esportes. O último trabalho dele foi na final do Paulistão 2024.
Em 1970, com a morte de Geraldo José de Almeida, o narrador assumiu o cargo de diretor de programação e operações do canal e também passou a ser o principal locutor esportivo da casa. Na Copa do Mundo de 1982, na Espanha, sem o direito de imagens na TV, comandou a equipe de esportes pela Rádio Record.
A emissora frisou que o legado e contribuição de Silvio para a televisão brasileira, para o jornalismo e para o esporte “são inestimáveis”, e acrescentou: “A voz de Silvio Luiz continuará ecoando nos estádios e na memória dos fãs de todo Brasil”.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].