O Ministério Público do Trabalho ajuizou uma ação civil pública contra a Globo em razão das denúncias de assédio sexual que envolveram Marcius Melhem, ex-diretor do departamento de humor do canal. A empresa entrou na ação por suposta omissão no caso.
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Cerca de treze funcionários da Globo, entre atrizes e roteiristas, participaram da denúncia coletiva que deu origem a uma investigação do MPT. Depois dos depoimentos, segundo o jornal Folha de S. Paulo, o inquérito foi encerrado e deu origem à ação apresentada ao Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região.
A Globo não tomou conhecimento da ação até o momento. A primeira denúncia contra Marcius Melhem ocorreu em 2019 e foi feita pela atriz Dani Calabresa, mas foi uma situação até então mantida em segredo. Em 2020, a advogada Mayra Cotta representou 12 pessoas em relatos chocantes contra o então diretor.
No ato de instauração do inquérito, o Ministério Público do Trabalho apontou que as atrizes se mostraram “desanimadas com a postura da empresa [Globo], que ainda se mostra de certa forma conivente ao demorar em tomar providências contra esse tipo de assédio moral e sexual”.
Revista expõe os bastidores da saída de Marcius Melhem da Globo
Em agosto de 2020, segundo a revista Piauí, a Globo informou que a saída de Marcius Melhem foi provocada por “uma série de iniciativas para os desafios do futuro e, com isso, adotado novas dinâmicas de parceria com atores e criadores em suas múltiplas plataformas”.
Na época, Mônica Albuquerque, então diretora do Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico, pediu para que a verdade fosse dita, mas a diretoria descartou a ideia. Segundo documentos expostos pela revista, as acusações de Dani Calabresa eram um caso isolado.
No dia 6 de janeiro de 2020, Albuquerque afirmou em e-mail enviado para Helcio Alves Coelho, advogado da Globo e membro do departamento de Compliance, disse que o caso Melhem x Calabresa tinha solução.
Contudo, no dia 23 de janeiro, Mônica descobriu mais casos de assédio e determinou que o compliance fosse acionado. No dia 16 de março, saiu a decisão pelo fim do contrato de Melhem:
“Com base na apuração realizada, a Comissão de Ética e a gestão da empresa decidiram pela rescisão imediata do contrato do executivo, perdendo desta forma o seu cargo de gestão, e pela suspensão por quatro meses dos seus contratos de ator e roteirista. Após o período de afastamento, Carlos Henrique Schroder avaliará o seu retorno”.
Em agosto, a Globo comunicou a saída do diretor, mas sem qualquer menção ao ocorrido. Albuquerque conversou com a revista Piauí e desabafou: “Alertei a área de comunicação da empresa para a necessidade de que fosse dada uma indicação clara da motivação do afastamento, o que não foi atendido”.
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