Carlinhos Brown aproveitou uma entrevista ao jornal Extra para desabafar sobre sua carreira. O jurado do “The Voice Brasil” e “The Voice Kids” disse que nem sempre foi respeitado e visto como artista.
“Posso ser diferente para quem me vê agora, mas sempre fui dessa forma. Já enfrentei momentos de ser um Brown editado a partir da visão do outro. Muita gente me via como um cara louco, até drogado, porque foi a imagem que ficou de um cantor brasileiro, negro, rastafári, que estava sempre fora dos padrões. Nem considero isso preconceito, mas uma ignorância real. Sempre fui muito seguro. Por isso, me desafiei e continuo me desafiando. Minha melodia hoje escorre por tintas. Vou fazer uma exposição (de 20 quadros) em Madri, na Espanha. Sempre tive segurança em quem me enxerga. Eu entrei no ‘The Voice’ como alguém que falava muito, que perdia tempo porque ficava chato e, talvez, inatingível a compreensão do que eu me propunha a dizer. E quando entrei, me propus a não ser igual ao que eu via em programas de televisão. Eu achava mais do mesmo, calouros se apresentando, e alguém, numa bancada, gerando comentários derrotistas. Achava chato porque considero que todos aqueles que se expõem o fazem pela necessidade. No programa, eu tive a oportunidade de mostrar o que faço há 35 anos”, pontou o músico.
“Todo artista descobre seu próprio caminho. Eu busquei prepará-lo melhor. Não estudei uma escala durante minha vida, tive que aprender de ouvido. E, hoje, meu filho já me prepara melhor porque ele foi em escolas para isso. Ele melhora minha intuição. Nasceu com ouvido absoluto. Já deu um update na família. Deus me fez vindouro porque tenho outros filhos de muita capacidade e talento. Nina Freitas, por exemplo, que mora nos Estados Unidos, tem uma melodia também. As pessoas no Brasil não a conhecem, mas ela tem 20 milhões de acessos e eu nunca usei isso, porque, às vezes, acho desnecessária essa exposição. Sempre tive medo de sequestro. Nunca usei meus filhos para sustentar nenhum tipo de imagem. Tenho um filho que considero, hoje, o maior baterista do Brasil, e não estou falando como pai, não. É como técnica apurada. Como pai e professor de música nunca fiz exigências, a não ser que eles encontrem os próprios caminhos. Tocar em bandas, sair por aí, conhecer músicos, isso fortalece muito uma escola pessoal”, comentou o cantor sobre ter o DNA da música no sangue.
“Ali, eu posso ser editado e parecer legal, a verdade é como eu me comporto. Nesse momento sou um artista analógico, e quero continuar sendo assim, uma realidade. Não tenho esses milhões de seguidores, mas tenho pessoas assíduas, que consomem mesmo, respeitam e têm opiniões sinceras, que fazem crescer. Nem todos os views conseguem nos ver”, disse o artista sobre responsabilidade e moderação.
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