No ar em “Órfãos da Terra”, Kaysar fala sobre carreira de ator
Kaysar Dadour preparou um prato típico da Síria em participação no “É de Casa” (Imagem: Divulgação / Gshow)
Convidado do “É de Casa”, Kaysar Dadour comentou sobre a sua estreia como ator na novela “Órfãos da Terra”. A Zeca Camargo, ele contou como a carreira artística está lhe conquistando.
“Já estou abraçando a carreira de ator. Antes de ser convidado para o teste da novela, fiz teatro. Graças a Deus, consegui passar no teste. Estou adorando atuar”, revelou.
O intérprete de Fauze na trama contou que revive os momentos de fuga do seu país de origem, que vive uma guerra. “Foi muito difícil. Não sei o que te falar. Fiquei com dor de cabeça três dias. Está parecendo muito real”, confidenciou Kaysar, que ainda preparou um prato chamado Kabab Banjan.
Ele lembrou a sua trajetória desde que decidiu sair do seu terra natal, a Síria. “Nunca imaginei: Brasil, BBB, novela, filme, e agora cozinhando para você”, brincou o vice-campeão do “BBB18”.
No ar em “Órfãos da Terra”, Kaysar relembra saída da Síria
Prestes a viver o Fauze em “Órfãos da Terra”, nova novela das 18h da Globo, Kaysar Dadour, que saiu da Síria por causa da situação de guerra do país, tem visto na trama um pouco do que enfrentou na vida real. Ao sair do lugar de origem, ele ainda foi para o Ucrânia, e só depois, veio para o Brasil.
“Isso foi uma loucura. Deus me deu uma resposta. Já estava querendo fugir da Ucrânia, cogitava outros países da Europa, porque os sírios estão lá. Mas acordei e pensei no Brasil. Só conhecia o futebol, o carnaval, a praia, o Cristo Redentor. Agora não quero mais ir embora daqui. Ninguém me tira. Só Deus, claro, mas aí é outra história. Só tenho que melhorar o português um pouco“, disse Dadour, em entrevista ao jornal Extra.
Vivendo um refugiado no folhetim, o atual ator recordou do passado. “Eu já vi capangas atrás de mim na minha vida, eu vi o rosto deles. Não é uma lembrança boa. Mas tento pegar isso para construir o personagem“, explicou.
“Quando entrei no campo de refugiados, fiquei com dor de cabeça por três dias. E, cara, foi muito pesado (ver a cena da bomba). Fico muito triste, quase choro, mas me seguro. Tudo que vai passar na novela é verdade, mas na Síria é ainda bem pior. Há seis dias, caíram 19 bombas na minha cidade. Sabe o que é isso? Quando cai uma, às vezes derruba um prédio inteiro, um bairro, e pegam 20, 40, 100 pessoas, sabe? E nunca vamos saber quantos morreram. Nunca falam a verdade. Eu já perdi mais de 20 amigos, e cadê? Ninguém fala nada“, desabafou.
Kaysar ainda falou sobre a importância do assunto estar presente na televisão. “A palavra-chave da trama é empatia. A novela vai mostrar algo que sempre falo: refugiado é um ser humano. Ninguém quer estragar o país do outro. Infelizmente, na terra dele aconteceram guerras, ele tem que fugir e está procurando paz, amor e uma vida boa. Só isso. Eu sou um refugiado. Quando falam da Síria, todo mundo vê guerra, tiros, terroristas, mas, há oito anos, era um lugar maravilhoso. Nunca pensei em deixá-la. Eu tinha uma vida maravilhosa lá até então“, ressaltou.
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