Com a sensação do dever cumprido. Assim Karine Teles se despede de sua Madeleine, que amanhã morrerá na trama de Pantanal, após um trágico acidente de avião. A personagem, sucesso na segunda versão do folhetim, promete deixar saudade.
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“Eu sempre soube que à minha participação teria um prazo. Já entrei preparada para este fim. Mas tenho saudade dos colegas, do set de gravação… Era muito gostoso! Mas quando a gente termina um trabalho nunca é uma despedida porque são colegas novos que se formam e a gente daqui a pouco estará se encontrando em outro trabalho. Então, o que teve foi um até logo, até já”, conta a famosa ao RD1.
Se na trama do horário nobre a personagem é uma dondoca fútil e que ama e bomba no mundo digital, fora da TV a atriz garante que gosta de usar a rede social na medida certa. “Sou zero influencer! Não tiro foto de tudo. Prefiro assistir ao show que ficar filmando tudo. Quando vou a um lugar bonito, prefiro curtir esse lugar ao ficar fotografando, sou analógica”, entrega Karine Teles.
Mãe dos gêmeos Francisco e Arthur, Karina Teles garante que em casa a base do relacionamento é o diálogo, a conversa, e não esconde que a vida ganhou um novo sentido após a maternidade. “Depois que os meus filhos nasceram eu nasci de novo. Parece que tudo o que aconteceu antes deles nascerem era só uma preparação para a maternidade”, explica.
Confira a entrevista:
RD1 – Assim como aconteceu na primeira versão, Madeleine morrerá num trágico acidente de avião. Como foi se despedir da personagem?
Karine Teles – Existe uma coisa que circula entre os atores que quando o personagem morre no auge da história é melhor que, às vezes, ficar toda a trama e correr o risco de se tornar sem graça. Eu sempre soube que à minha participação teria um prazo. Já entrei preparada para este fim. Mas tenho saudade dos colegas, do set de gravação… Era muito gostoso!
Como foi gravar a cena do acidente de avião que causa a morte de Madeleine?
Foi muito emocionante. A cena foi realizada em dois dias, com uma equipe enorme e muitos técnicos e efeitos especiais. Eu me senti em Hollywood! Foi tudo realizado com cuidado e estou curioso para ver a cena pós-produção, já com os efeitos especiais. Essa não foi à minha última cena gravada no folhetim, não foi a da minha despedida. Até porque quando a gente termina o trabalho nunca é uma despedida porque são colegas novos que se formam e a gente daqui a pouco estará se encontrando em outro trabalho. Então, o que teve foi um até logo, até já.
Foi difícil dar continuidade à personagem, que na primeira fase foi interpretada por Bruna Linzmeyer?
Não porque a Bruna (Linzmeyer) é uma grande atriz. Gostei muito das escolhas dela para fazer a Madeleine. Quando comecei a gravar, ela já estava gravando a Madeleine. Então, o meu desafio foi observar o que ela estava fazendo, a energia que ela tinha colocado na personagem para que pudesse reproduzir a Madeleine com a camada do tempo. Fiz uma pesquisa dessa mulher fútil e focada na imagem; fui buscar o comportamento de uma mulher mais velha que se coloca nesse lugar, acrescentando o tempo e a amargura.
Você foi um dos grandes destaques da segunda fase de Pantanal e muitos estão lamentando à sua saída da trama…
Adoro quando as pessoas falam que não queriam que a Madeleine saísse da trama. Alguns até escreveram para o autor mudar a trama. Esse retorno é gratificante. Esse é o meu maior papel na TV, um trabalho de destaque, numa novela que é um sucesso, com uma audiência linda. É muita gente assistindo e envolvida com a novela. A sensação é a de dever cumprido. É mais um passo na minha estrada e a sensação é a de que estou caminhando.
A Madeleine da segunda versão de Pantanal é moderna, dona de si e um fenômeno nas redes sociais. Como lida com esse mundo digital?
Não sou muito ligada nas redes sociais, tenho só o Instagram e gosto da rede, que já uso há muito tempo. Agora, o meu perfil está crescendo no número de seguidores e tenho pensando muito sobre essa nova visibilidade; a forma como quero me colocar sobre isso…
Sinto que a gente tem uma responsabilidade no que mostra e fala. E valorizo muito a diversidade. Sou contra padrões, não gosto de padrão para nada. Acho que isso empobrece… Gosto de coisas diferentes, únicas. Então, procuro ser condizente com o que acredito e com as coisas que fazem parte do mundo que eu gostaria de viver.
Gosto de escrever – apesar de o Instagram ser focado na imagem –, e como sou roteirista, vira e mexe posto um texto grande. Tenho o lado zero de influencer, sou o tipo de pessoa que esqueço o celular na filmagem. Não tiro foto de tudo. Prefiro assistir ao show que ficar filmando tudo. Quando vou a um lugar bonito, prefiro curtir esse lugar ao ficar fotografando, sou analógica.
Você já fez outros trabalhos, mas Pantanal trouxe maior visibilidade. Como é passar a ser observada nas ruas?
Acho que é a consequência do trabalho. As pessoas são carinhosas, respeitadoras e esse contato me deixa feliz.
Na trama Madeleine tem uma relação conturbada com o filho Joventino. Como é a Karina mãe dos gêmeos Francisco e Arthur?
A minha relação com os meus filhos é completamente diferente. Sou uma mãe coruja, bastante presente, atenta, severa, mas é tudo feito com muito amor. Eu acredito que através do amor a gente aprende. Prefiro falar no diálogo, na conversa, falar sobre o mesmo assunto 30 vezes, ao punir ou castigar. Acredito que o amor é mais forte.
A vida passou a ter um novo horizonte após o nascimento dos seus filhos?
Sim! Depois que os meus filhos nasceram eu nasci de novo. Parece que tudo o que aconteceu antes deles nascerem era só uma preparação para a maternidade. No meu caso, a maternidade me mudou. E falo isso não no sentindo de mudar o comportamento, de virar uma nova pessoa. Mas trouxe a ampliação dos meus horizontes, aprendizados sobre o afeto, amor, o de olhar para o outro. Ainda estou aprendendo, estou nesse caminhada. Eles me ensinam diariamente.
Quais são os seus projetos para este ano?
Agora no meio do ano estreia a segunda temporada de Mães de Setembro, uma serie linda, que estará na plataforma do Amazon Prime. Tem ainda o curta que dirigi chamado Romance e o longa-metragem Ela e Eu, que deve estrear em breve nos cinemas. E no meio do ano começo a gravar a série Segundas Intenções, a primeira maxisérie/novela produzida no Brasil pela HBO Max,
Vai assistir ao folhetim até o fim?
Estou viciada em Pantanal, vejo todos os dias! Quando não estou em casa, assisto depois no Globoplay. Vou ver até o fim, quero saber o que vai acontecer na novela, risos.
O carioca Márcio Gomes é apaixonado pelo jornalismo, tanto que o escolheu como profissão. Passou por diversas redações, já foi correspondente estrangeiro dos títulos da Editora Impala de Portugal como Nova Gente, Focus, Boa Forma, e editor na revista de BORDO. Escreveu para várias publicações como Elle, Capricho, Manchete, Desfile, Todateen, Shape, Seleções, Agência Estado/Estadão, O Fuxico, UOL, entre outros.