No “JN”, Bolsonaro ataca a Folha e faz ameaça; Bonner defende jornal

Luiz Fábio Almeida

29/10/2018

No "JN", Bolsonaro ataca a Folha, promete cortar propaganda e ouve desabafo de Bonner

Jair Bolsonaro falou ao “JN” sobre cortar as publicidades da Folha (Imagem: Reprodução / Globo)

Eleito presidente da República com 55,13% dos votos válidos, neste domingo (28), Jair Messias Bolsonaro (PSL) concedeu sua primeira entrevista ao “Jornal Nacional”, da Globo, após as eleições. No tempo disponível, o político falou sobre a defesa da democracia, negou os discursos de preconceito e violência e atacou o jornal Folha de S. Paulo.

Questionado por William Bonner sobre a liberdade de imprensa, o ex-capitão disse ser “totalmente favorável”, mas fez ressalvas. “No que depender de mim, da propaganda oficial do governo, imprensa que se comportar dessa maneira [exemplificando casos envolvendo seu nome pelo jornal ‘Folha’], mentindo descaradamente, não terá apoio do governo federal […] Por si só, esse jornal se acabou. Não tem prestígio mais nenhum, quase todas fake news que se voltaram contra mim, partindo da folha de São Paulo”, disse o político.

O apresentador, então, pediu licença para defender o jornal paulista. “Eu mesmo recebi críticas do jornal e ela abriu espaço para mim. A Folha é um jornal sério, que cumpre um papel importantíssimo, um papel que a imprensa desempenha, e a Folha faz parte disso”, disparou o ex-marido de Fátima Bernardes.

Sobre os discursos polêmicos considerados homofóbicos, Bolsonaro afirmou: “A agressão contra os semelhantes tem que ser punida na forma da lei e se for por um motivo como esse tem que ter pena agravada. Deixo bem claro: ganhei rótulo por muito tempo de homofóbico”.

Antes de encerrar a entrevista, o novo presidente do país disse que vai ser a liderança de todos os brasileiros. “Quero dizer a todos vocês que não votaram em mim que nós estamos no mesmo barco. Se o Brasil não sair dessa crise ética, moral e econômica, todos nós sofreremos as consequências do que se aproxima no futuro. Nós queremos é juntos, juntos com vocês, afinal de contas, nós temos tudo, tudo para ser uma grande nação. O que está faltando é a união de todos, evitar as divisões. Essas divisões apareceram no governo anterior, nordestinos-sulistas, brancos e negros, ricos e pobres, homos e héteros, isso nós vamos evitar. Vamos tratar todos iguais. E eu apelo àqueles que não votaram em mim. Nos dê a oportunidade agora de mostrar que, realmente, nós podemos fazer uma política de modo de que a felicidade se faça presente em nosso meio no futuro”.

Citação ao SBT e Record

No “JN”, Renata Vasconcellos ainda fez referências às emissoras concorrentes que entrevistaram o político eleito antes do principal telejornal da Globo. Ela perguntou se ele convidará o juiz federal Sérgio Moro para ser o futuro ministro da Justiça ou então o indicará para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal.

“Pretendo convidá-lo para o Ministério da Justiça ou, seria no futuro, abrindo uma vaga no Supremo Tribunal Federal, na qual melhor ele achasse que poderia trabalhar para o Brasil”, comentou ele.

Confira a repercussão:

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Luiz Fábio Almeida
Escrito por

Luiz Fábio Almeida

Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]