O governador Cláudio Castro, do PL, o mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro (PL), acaba de sancionar uma lei que declara novelas bíblicas da Record como patrimônio cultura imaterial no Rio de Janeiro.
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O projeto é encabeçado pelos deputados estaduais Tia Ju, Carlos Macedo, bispo da Igreja Universal, Danniel Librelon, pastor da instituição, e Rosenverg Reis, desde 2019. Vale lembrar que a IURD é do bispo Edir Macedo, dono da Record, a única responsável por produções bíblicas no país.
No ano da ideia, Tia Ju disse ao jornalista Mauricio Stycer, do UOL, que a intenção dos deputados era “reconhecer como patrimônio imaterial do Rio de Janeiro aquilo que já é um patrimônio da humanidade, os exemplos das histórias bíblicas”.
Hoje, ela celebra a sanção da lei na web: “As telenovelas se tornaram um importante instrumento cultural, que agradam e envolvem os telespectadores, permitindo que possam ver nela retratadas muitos momentos que antes se limitavam ao imaginário popular”.
Especialista reprova processo para sanção da lei a favor de produções da Record
Ao jornal Folha de S. Paulo, o professor Marcos Olender, coordenador-adjunto do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro, reage:
“Para ser registrado, um bem precisa ter um plano de salvaguarda de dez anos e, no fim desse período, é preciso revalidá-lo como patrimônio. É um processo muito cuidadoso e criterioso, que denota um esforço, só possível de ser feito pelo executivo porque é lá que você tem um corpo técnico dedicado ao patrimônio cultural”.
“Nesses tombamentos e registros pelo legislativo você não tem nada disso. Não se pesquisa sobre o bem, se ele realmente tem importância cultural e histórica. É algo muito superficial, sem nenhum tipo de critério técnico tanto na escolha quanto na votação”, explica.
A Record vive uma crise de audiência sem precedentes com Todas as Garotas em Mim, considerada uma Malhação bíblica. Reis, sua antecessora, vai voltar ao ar a partir de agosto com novos capítulos.
