Chegou a hora de conhecer os Melhores do Viva 2019! O público escolheu seus favoritos – foi a edição mais expressiva em número de votos – dentre os 5 indicados pelo júri artístico / técnico nas 14 categorias. O Cravo e a Rosa (2000), de Mário Teixeira e Walcyr Carrasco, arrebatou a maioria dos prêmios! A trama, exibida de março a dezembro do ano passado, assegurou a melhor audiência do Canal Viva na faixa das 23h. Confira o resultado!
VEJA ESSA
Melhor Ator
Com 61,1% dos votos, Eduardo Moscovis (de O Cravo e a Rosa) rompeu o ciclo de vitórias de Tony Ramos nesta categoria (com Laços de Família, Pai Herói, Torre de Babel, Baila Comigo e Bebê a Bordo). Tony, que conquistou as três primeiras edições, também concorreu neste 2019 – como Boanerges de Cabocla (2004) e Cristiano de Selva de Pedra (1986). Acabou em segundo lugar, com 19% dos votos. Tão talentoso quanto Tony, Moscovis fez de Julião Petruchio, matuto encarregado de domar a fera Catarina (Adriana Esteves), e que fora domado pelo “favo de mel”, um dos maiores acertos de sua carreira.
Melhor Ator Coadjuvante
Na pele de Petruchio, Eduardo Moscovis dividiu muitas de suas cenas em O Cravo e a Rosa com Pedro Paulo Rangel. O intérprete de Calixto, fiel escudeiro do fazendeiro à beira da falência, assegurou 37,7% dos votos para Melhor Ator Coadjuvante. Taumaturgo Ferreira e Ney Latorraca, o Januário e o Cornélio da mesma novela, ficaram na segunda e terceira colocação (24,3% e 18,3%, respectivamente). Nas edições anteriores, Humberto Martins (por Mulheres de Areia), Bemvindo Sequeira (de Tieta) e Reginaldo Faria (com Baila Comigo, Explode Coração e Vale Tudo) venceram tal categoria.
Melhor Atriz
A votação mais expressiva no Melhores do Viva 2019 se deu na categoria Melhor Atriz. Tal qual Julião Petruchio para Eduardo Moscovis, Catarina Batista representa um dos melhores momentos da trajetória de Adriana Esteves (O Cravo e a Rosa), a escolhida de 71,2% dos votantes. A segunda colocada, Cássia Kis – Adma de Porto dos Milagres – ficou com 10,5%. Adriana agora se junta ao time que conta com Beatriz Segall, a escolhida do público em 2018 por seu desempenho em Vale Tudo; nos anos anteriores, vitória de Gloria Pires (Mulheres de Areia) e de Christiane Torloni (A Gata Comeu).
Melhor Atriz Coadjuvante
Uma curiosidade: Suely Franco dominou a votação para Melhor Atriz Coadjuvante de cara – fazendo jus a Pedro Paulo Rangel, o par de Mimosa, sua personagem em O Cravo e a Rosa. A veterana acabou com 29,8% dos votos, ligeiramente abaixo da campeã Drica Moraes, a Marcela da mesma novela (31,8%). Drica e sua vilã dominaram boa parte da narrativa de Mário Teixeira e Walcyr Carrasco, quando esticada em razão do êxito na audiência. Cabe lembrar que Vivianne Pasmanter levou a categoria por dois anos seguintes (Mulheres de Areia e Por Amor); Renata Sorrah venceu em 2018 (A Indomada e Vale Tudo).
Melhor Ator ou Atriz Mirim
O menino Buscapé, parceiro de traquinagem da madrinha Catarina, foi um dos destaques de O Cravo e a Rosa. Luiz Antônio Nascimento, intérprete do sapequinha, acumulou 60,3% dos votos. O danadinho Tiziu, de Terra Nostra (1999), deu o segundo lugar a André Luiz Miranda (19,5%). Cecília Dassi (Por Amor) foi a primeira campeã desta categoria, lançada em 2017; Danton Mello (Vale Tudo) garantiu o título ano passado. Cabe salientar que Luiz Antônio segue se dedicando à atuação; de acordo com informações da jornalista Patrícia Kogut, ele e a esposa comandam uma escola de teatro.
Melhor Cena
Marco da TV brasileira, a revelação da assassina de Odete Roitman (Beatriz Segall), Leila (Cássia Kis), exibida pelo Canal Viva em 9 de fevereiro, angariou 32,6% dos votos. Premiada como melhor novela de 2018, Vale Tudo (1988) também respondeu pela melhor cena na edição anterior do prêmio: Raquel (Regina Duarte) rasgando o vestido de noiva da filha Maria de Fátima (Gloria Pires). Outros dois clássicos, Camila (Carolina Dieckmann) raspando os cabelos em Laços de Família (2000) e Tieta (Betty Faria) voltando a Santana do Agreste, de Tieta (1989), foram listados nas primeiras edições.
Malvado (a) do ano
O infalível veneno de Adma Guerreiro (Cássia Kis) rendeu à vilã de Porto dos Milagres (2001) o título de Malvada do Ano. Adma, que dava cabo de suas vítimas sempre que pressentia ameaças ao poder econômico e político do marido (também ordinário) Félix (Antonio Fagundes), garantiu 39,7% – Marcela, de O Cravo e a Rosa, ficou com 37,9%; Fernanda (Christiane Torloni), de Selva de Pedra, marcou 11,5%. As bandidas dominam esta categoria deste o primeiro Melhores do Viva: Raquel (Gloria Pires), de Mulheres de Areia; Branca (Susana Vieira), de Por Amor; e Odete Roitman, de Vale Tudo.
Ship do ano
Melhor ator e melhor atriz, Eduardo Moscovis e Adriana Esteves também figuram em Ship do Ano. Ou, melhor dizendo, seus personagens em O Cravo e a Rosa, Julião Petruchio e Catarina Batista. 69,5% dos votos foram para o grosseirão e a fera – ampla vantagem sobre o casal Belinha (Regiane Alves) e Neco (Danton Mello), de Cabocla, vice com 12,6%. Alaor (Humberto Martins) e Malu (Vivianne Pasmanter) de Mulheres de Areia, Fábio (Nuno Leal Maia) e Jô (Christiane Torloni) de A Gata Comeu e Afonso (Cássio Gabus Mendes) e Solange (Lídia Brondi) de Vale Tudo venceram nos anos anteriores.
Personagem do ano
Deu Catarina Batista, de O Cravo e a Rosa, também em Personagem do Ano. Com 50,1% dos votos, a feminista superou Julião Petruchio, seu par (23,8%); também Fernanda de Selva de Pedra, com 10,3%, Rosa Palmeirão (Luiza Tomé) e Adma de Porto dos Milagres, com, respectivamente, 9,1% e 6,7%. Odete Roitman, de Vale Tudo, assegurou o título ano passado, quando a categoria foi criada. Cabe lembrar que, por Catarina, Adriana foi indicada ao Troféu Imprensa de melhor atriz. E venceu o Festival Latino Americano. Esteves hoje brilha em Amor de Mãe, como a descompensada Thelma.
Melhor Tema Nacional
Sandy e Junior voltaram aos palcos neste 2019, celebrando os 30 anos de carreira. A vibe nostálgica que afetou fãs – e até quem sequer conhecia a dupla – também influenciou o Viva; até a novela Estrela-Guia (2001), estrelada pela cantora, foi resgatada em horário atípico (11h45). Os dois bombaram também em O Cravo e a Rosa, embalando os delírios românticos de Bianca (Leandra Leal), com Olha o Que o Amor me Faz. 36% dos votos colocaram o hino acima de Jura, de Zeca Pagodinho, tema de abertura da novela (28,9%). E de Perigo, hit chiclete de Zizi Possi que marcou Selva de Pedra (21,9%).
Melhor Tema Internacional
Terra Nostra (1999) foi veiculada pelo Canal Viva em versão internacional – 150 capítulos ao invés dos 221 originais – por conta dos direitos relacionados à trilha sonora. A abertura, contudo, não sofreu alterações. Tormento D’Amore, com vozes de Agnaldo Rayol e Charlotte Church, cantora inglesa então com apenas 13 anos, assegurou 34,2% dos votos. A segunda colocada, Yes, de Tim Moore, foi a campeã no Facebook, com eleição a partir das reações. 21,7% dos votos no Google Docs foram para o tema romântico do casal “tóxico” Cristiano (Tony Ramos) e Simone (Fernanda Torres) em Selva de Pedra.
Melhor Novela
A escolha do público para Melhor Novela acompanhou, como esperado, as demais categorias. Com 64,6% dos votos, O Cravo e a Rosa arrebatou o título concedido, nas edições anteriores, a Laços de Família, Tieta e Vale Tudo. Baseada em A Megera Domada, de William Shakespeare, e com elementos de O Machão (1974), novela de Ivani Ribeiro e Sérgio Jockyman para a Tupi, O Cravo e a Rosa marcou a estreia de Mário Teixeira e Walcyr Carrasco como titulares na Globo. E o reencontro da emissora com a audiência na faixa das 18h. Antes de chegar à TV fechada, a trama foi reprisada, em duas ocasiões, no Vale a Pena Ver de Novo e disponibilizada no Globoplay.
Quero de volta à TV
Nas três primeiras edições do Melhores do Viva, Lídia Brondi foi campeã desta categoria – em razão das reprises de Meu Bem, Meu Mal, Tieta, Baila Comigo e Vale Tudo. Lídia abriu mão da carreira para dedicar-se à psicologia. Ana Paula Arósio, que também abriu mão da TV, não desperta o mesmo interesse no público. A Giuliana de Terra Nostra venceu no Facebook, mas no Google Docs levou 27,1% dos votos, atrás dos 48,8% de Pedro Paulo Rangel. O Calixto de O Cravo e a Rosa está longe das novelas desde Amor Eterno Amor (2012). Há três anos, atuou em Prata da Casa, série da Fox Brasil. Atualmente, pode ser visto no Viva como Zózimo, de Engraçadinha (1995) – domingos, 23h45.
Saudade
Nascida em 1919, em Budapeste, a húngara naturalizada brasileira Eva Todor nos deixou em 10 de dezembro de 2017, aos 98 anos. Esteve em clássicos de Cassiano Gabus Mendes, Ivani Ribeiro e Janete Clair. Em 2000, ganhou o público como Josefa, a sogra nada amigável de Cornélio (Ney Latorraca), sempre encarregado por ela dos cuidados com a gata Pompom. Eva recebeu 45,4% dos votos, acima dos 37,6% de Raul Cortez, o Francesco, de Terra Nostra. Raul, já citado em 2016 e 2018 – por Mulheres de Areia e Baila Comigo – foi o eleito do público no Facebook. Além de Raul, os votantes manifestaram saudade de Yoná Magalhães, Lauro Corona e Beatriz Segall nas edições anteriores.
Agradecimentos ao júri artístico / técnico: André Santana, jornalista, editor do blog Tele-Visão, colunista do site Observatório da Televisão e autor do livro Tele-Visão: A Televisão Brasileira em 10 Anos; Caio Souza, do site DoisTV; Fábio Costa, jornalista, pesquisador em teledramaturgia, editor do site Observatório da Televisão e autor do livro Novela – A Obra Aberta e Seus Problemas; Jorge Luiz Brasil, editor-chefe da revista Minha Novela (Editora Escala); João Paulo Dell Santo, colunista e editor-chefe do RD1; Julio Cesar Fernandes, jornalista, mestre em comunicação, professor da faculdade Cásper Líbero e autor do livro A Memória Televisiva como Produto Cultural; Leo Lima, jornalista e apresentador do podcast TV Ao Cubo; Vincent Villari, autor de televisão e do livro Teletema – A História da Música Popular através da Teledramaturgia Brasileira; e Renan Nogueira, o mais engajado fã do Viva em minhas redes sociais.
Duh Secco é "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.