Foram 13 capítulos até o início, “de fato”. Ontem (27), Valentina Marsalla (Lilia Cabral) desembarcou em Serro Azul, prometendo agitar a cidadezinha e o enredo de “O Sétimo Guardião”, novela de Aguinaldo Silva em exibição às 21h, na Globo. Não que a trama tenha patinado até aqui, muito pelo contrário. Todas as cenas já exibidas no folhetim trouxeram informações relevantes – como aquelas em que Valentina explanava, para ela mesma, seus intentos contra os moradores da cidadezinha que a rechaçaram no passado, quando Marlene (verdadeira identidade da empresária) fora abandonada no altar por Egídio (Antonio Calloni).
Acontece que o ritmo imposto por Aguinaldo à obra – bastante similar aos de seus trabalhos “regionalistas” anteriores – não incita o espectador como antes. Nas redes sociais, houve quem tachasse os capítulos de “modorrentos”. Prova disso é que os índices, neste início, “refugaram”; a chegada de Valentina ao lugarejo, anunciada pela emissora em longas chamadas durante todo o dia, impulsionou os números na segunda-feira (26) e na terça-feira. A audiência, hoje, se impacientaria com o regresso de Tieta (Betty Faria) a Santana do Agreste no capítulo 18; ou a descoberta do romance dos “inimigos” Leonardo (Maurício Mattar) e Marina (Adriana Esteves) apenas no 58.
E foi reverenciando “Tieta” (1989) e “Pedra Sobre Pedra” (1992) que Aguinaldo Silva levou Valentina / Marlene de volta a Serro Azul. A sequência em que a vilã desembarca na praça da cidade remeteu ao regresso de Tieta, embalado pelo principal tema de “Pedra”, ‘Entre a serpente e a estrela’, na voz de Zé Ramalho. Ainda, o vento, como o que devastou Greenville no primeiro capítulo de “A Indomada” (1997). E, posteriormente, Valentina instalada no casarão, à espera dos curiosos, como Raimundo Flamel (Edson Celulari) em seu retorno a Tubiacanga, de “Fera Ferida” (1993). Em meio disse-me-disse sobre a autoria, “O Sétimo Guardião”, ontem, mostrou ser, sim, uma novela de Aguinaldo Silva. Com tudo o que Aguinaldo tem de melhor.
Agora, com todo mundo devidamente instalado no “ambiente dominante” da trama – Olavo (Tony Ramos) deve viajar para o “cafundó” em breve –, o enredo tende a elucidar os muitos mistérios deste início. Valentina vai reencontrar Egídio, pai de seu filho, Gabriel (Bruno Gagliasso). O hoje guardião morrerá, abrindo vaga para o escolhido do gato Léon (Eduardo Moscovis) na irmandade que zela pelo aquífero de propriedades quase “sobrenaturais”; a fonte, como se sabe, garante a juventude da hilariante Marilda (Letícia Spiller). Para proteger tal riqueza, Gabriel, assim como o pai, e como Léon, terá de abrir mão de seu grande amor, Luz (Marina Ruy Barbosa).
Em meio aos desdobramentos das tramas paralelas, os núcleos paralelos começam a achar um norte. O delegado que incendeia o casamento usando calcinhas, Joubert Machado (Milhem Cortaz), não aceitará o fetiche da esposa, Rita de Cássia (Flávia Alessandra). E Nicolau (Marcelo Serrado) seguirá se opondo ao filho que dança e à filha que luta judô, para desespero de sua esposa, Afrodite (Carolina Dieckmann). Aguinaldo vem usando ambas as situações como alívio cômico; a intenção, porém, é nobre: estamos diante de discussões sobre machismo e intolerância. Vale cada segundo da atenção do público.
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Duh Secco é “telemaníaco” desde criancinha. Em 2014, criou o blog “Vivo no Viva”, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de editor, repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.
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Duh Secco é "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.