Pedro Neschling relatou em suas redes sociais sobre os desafios que enfrenta por conta da surdez. No perfil do Instagram, o ator compartilhou uma foto do aparelho que utiliza nos dois ouvidos e desabafou:
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“Sempre repito que é muito difícil para as pessoas entenderem a surdez porque é uma deficiência invisível. Você não olha pra um surdo e entende visualmente que aquela pessoa na sua frente, aparentemente com tudo igualzinho a você, tem uma deficiência que atrapalha muito seu cotidiano”.
“Quando eu digo para os outros que sou surdo, muita gente ri achando que é piada — não por maldade, mas por não conceber isso como uma possibilidade. Quando um surdo opta por buscar auxílio da tecnologia para melhorar sua audição — como é meu caso —, encontra um desafio imenso que é achar a solução adequada a seu tipo de perda“, seguiu.
O ator ainda escreveu: “Eu uso aparelhos auditivos nos dois ouvidos. E aí começa uma saga que só quem vivencia entende: o ajuste desses bichinhos. Tentando explicar de maneira simples, basicamente os aparelhos amplificam as frequências específicas que a pessoa não ouve“.
“Mesmo com recursos cada vez mais modernos, é um desafio para os fonoaudiólogos acharem o ajuste fino que auxilia o surdo a escutar sons que ele perdeu e não exagerar nos que ele tem preservados naturalmente”, postou, completando:
“Sem falar que quando amplifica um som, o aparelho só reconhece a frequência. Ou seja, ele não sabe se está aumentando uma campainha ou um passarinho. E isso pode nos incomodar… É sempre uma adaptação complicada”.
Pedro Neschling desabafa sobre desafios da consulta
O artista comentou ainda que teve uma consulta médica para ajustar os aparelhos auditivos, o que não é algo tão simples, segundo ele:
“Meu caso é um grande desafio, já que tenho audição para frequências graves bem preservadas e agudas quase inexistentes. É o que chamamos de ‘perda em rampa’, porque quando você vê um gráfico da minha audiometria, parece uma ladeira íngreme”.
“Acontece o seguinte: se você veda demais meu ouvido para que seja possível aumentar meus agudos, eu perco os graves naturais. Se deixar muito aberto, o amplificação dos tais agudos não atinge o máximo de performance“, revelou.
“É uma matemática complexa que ainda por cima precisa ser dialogada entre mim e a fono, sendo que estamos falando justamente de sensações, algo que não se vê. Piora tudo o fato de que ela não é surda, então por mais que eu tente descrever a sensação, ela no máximo pode imaginar. Requer paciência e boa vontade dos dois lados“, desabafou.
Mudanças
No fim do desabafo, Neschling falou sobre suas mudanças. “Sempre tive o privilégio de contar com profissionais carinhosos e atenciosos nessa luta. Hoje optamos por trocar a oliva (espécie de fone) que fica dentro da minha orelha para melhorar um incômodo que vinha me perseguindo há meses“, iniciou.
“E estou há pouco mais de uma hora como se vivesse em um novo mundo. Se você tivesse cruzado comigo quando acordei, ia achar que eu sou o mesmo de agora. Mas não, sou outro. Sem exagero. Por que eu vim aqui falar sobre isso? Só pra quem passa pelo mesmo que eu se sentir abraçado. A surdez é muito solitária”, disparou.
“E também pra você que vive sem deficiências ter paciência e empatia quando encontrar com alguém que tem. Nós estamos sempre nos esforçando pra viver integrados num mundo que liga muito pouco pra tudo que foge do padrão”, finalizou.
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Guinho Santos é formado em Jornalismo e escreve sobre o universo das celebridades há dez anos. Reality show, bastidores da TV e novelas também são seus pontos fortes. Além disso, possui experiência como Social Media e apresentador. Seu canal na web é através do Instagram @guinhosantos__.